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Estoque de investimentos franceses no País é de US$ 45 bilhões, diz Câmara de Comércio França-Brasil

Relação bilateral já dura mais de 200 anos em diferentes áreas da economia; a transição energética é oportunidade para estreitar as alianças comerciais

França é o terceiro país com maior estoque de investimentos no Brasil; parceria vai desde cosméticos até defesa nacional (OnickzArtworks/Thinkstock)

França é o terceiro país com maior estoque de investimentos no Brasil; parceria vai desde cosméticos até defesa nacional (OnickzArtworks/Thinkstock)

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Publicado em 25 de julho de 2023 às 08h00.

A França é um antigo parceiro comercial do Brasil: a relação formal entre os dois países se estende há mais de dois séculos. Segundo dados da Câmara de Comércio França-Brasil (CCIFB), o estoque de investimento estrangeiro no País é de cerca de US$ 45 bilhões, e ainda há novas oportunidades de negócios, entre elas a transição energética.

Hoje, há 900 empresas francesas com negócios no Brasil, em áreas que vão de varejo, cosméticos, setor automobilístico, itens de luxo, bancos, farmacêutica até tecnologia e defesa – com submarinos.

“O poder econômico da França no Brasil é enorme. As empresas francesas, em conjunto, têm 700 mil colaboradores diretos. O número é maior do que qualquer empresa brasileira. É claro que o varejo ajuda. Só o Carrefour emprega aproximadamente 150 mil colaboradores diretos. Isso mostra como é importante essa relação. As empresas francesas estão em terceiro lugar em estoque de investimentos no País”, afirmou o presidente institucional da Câmara bilateral, Pedro Antonio Gouvêa Vieira, à Esfera Brasil.

A Câmara é composta por mil associados no Brasil, entre os quais estão todas as empresas com atuação no principal índice da Bolsa de Paris, o CAC 40. Uma das missões da CCIFB é unir empresários brasileiros e franceses para troca de informações e negócios. Para Gouvêa Vieira, os números indicam que a relação bilateral é próspera entre os países.

“Como toda a relação de longo prazo, existem altos e baixos. As empresas compreendem isso. Das empresas mais antigas que estão no Brasil em funcionamento, a maioria é francesa: a Saint-Gobain tem 90 anos. O Carrefour tem mais de 50 anos, e a rede de hotéis Accor, 60 anos. Isso mostra que os investidores olham a longo prazo e veem o Brasil como um país de oportunidade”, disse.

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A transição energética foi apontada como uma oportunidade para o Brasil se tornar um líder global, uma vez que a matriz nacional é uma das mais limpas do mundo. Os dois países fazem parcerias na produção de energias renováveis, como a eólica e a solar. Tecnologias estão em desenvolvimento no caso do hidrogênio verde.

“A grande questão hoje do mundo é o clima. O ministro do Meio Ambiente da União Europeia veio ao Brasil para falar com empresários. A Amazônia é o grande trunfo que o Brasil tem para liderar, de forma constante e consistente, a discussão sobre o clima. Os demais países são muito mais poluidores. A Amazônia é o maior ativo que existe hoje e deve ser explorado em rodadas de negociações mundo afora”, defendeu Gouvêa Vieira.

Câmara de Comércio

Fundada em 1900, a Câmara de Comércio França-Brasil é a câmara bilateral mais antiga em funcionamento no País. Apartidária, atua como interlocutora de diversos órgãos franceses nos negócios, entre eles o CCI France International e o CCI Paris Île-de-France.

São 123 câmaras francesas espalhadas por 94 países para promover relações econômicas, financeiras, comerciais, industriais, científicas e culturais entre a França e o Brasil.

A instituição tem diferentes comissões temáticas, com bandeiras transversais, como a de práticas Ambientais, Sociais e de Governança (ESG, na sigla em inglês); Inovação e Tecnologia; Solidariedade; Valorização do Macroambiente França-Brasil e Cultura. Tem ainda um observatório da economia e debate temas como saúde, energia e tributos.

Segundo o presidente institucional da Câmara, o foco agora é “intensificar os negócios, mas sempre aparece coisa nova. A França tem uma boa cobertura de investimentos no Brasil, mas estamos numa economia tão disruptiva, que vão aparecer novos negócios e desafios”.

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