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A construção de cidades mais seguras passa pela adoção de medidas que garantam um trânsito mais seguro para todos. O Instituto de Pesquisa Multiplicidade Mobilidade Urbana defende que a velocidade média permitida em vias urbanas do país passe por uma readequação e seja mais baixa que a praticada. Uma pesquisa recente da instituição mostrou que 8 em cada 10 pessoas conhecem alguém que morreu no trânsito, o que mostra um conhecimento geral de que é preciso investir em normas que garantam a segurança de pedestres, ciclistas e motoristas.
A readequação de velocidade já é uma realidade em cidades internacionais, como Bilbao, na Espanha, e Paris, na França, onde o máximo permitido em vias urbanas é de 30 km/h. Em Nova Iorque, nos Estados Unidos, por exemplo, a velocidade permitida é de 40 km/h e o objetivo é zerar as mortes por acidente de trânsito até 2024.
Fundadora do Multiplicidade Mobilidade Urbana, a especialista Glaucia Pereira explica que a velocidade de 30 km/h é a mais segura para evitar mortes em acidentes. “De acordo com uma curva apresentada por um estudo da Organisation for Economic Co-Operation and Development (OECD), se o atropelamento acontece a 30 km/h, há 10% de chance do pedestre morrer e, se acontece a 50 km/h, há mais de 80% de chance de morte”, afirma.
Ainda de acordo com Pereira, a alta velocidade, inclusive, aumenta os congestionamentos nos centros urbanos. “Casos os automóveis trafegassem com velocidade próximo de 30 km/h com absoluta certeza o fluxo melhoraria e muito. Em velocidades menores há menos ocorrências, mais tempo de reação, menos estresse, e o trânsito flui muito melhor. Andar mais rápido só te faz chegar mais rápido no próximo gargalo”, conclui a especialista em mobilidade urbana.
Segundo os dados do Sistema de Informações Gerenciais de acidentes de trânsito do Estado de São Paulo, o Infosiga SP, 1.599 pessoas morreram em acidentes de trânsito somente no estado de São Paulo de janeiro a maio desse ano. São mais de 10 mortes por dia.