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Empresas investem na sustentabilidade emocional no trabalho

Entre as medidas estão palestras sobre saúde mental, apoio de psicólogos e treinamento de líderes para que identifiquem problemas em suas equipes

Cerca de 32% dos colaboradores apresentam sinais evidentes de burnout e a tendência é crescer (Freepik/pikisuperstar/Reprodução)

Cerca de 32% dos colaboradores apresentam sinais evidentes de burnout e a tendência é crescer (Freepik/pikisuperstar/Reprodução)

Os transtornos da saúde mental afetam milhares de brasileiros. O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7 mil para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV. A Associação Brasileira de Psiquiatria cita que um quarto da população tem, teve ou terá depressão ao longo da vida. Acompanhando os dados, as empresas adotam cada vez mais medidas com foco na sustentabilidade emocional de seus colaboradores.

As companhias perceberam que precisam de investir no bem-estar de seus funcionários ou correriam o risco de perder capital humano em um futuro não tão distante. Há diferentes graus de maturidade entre as empresas, mas muitas já promovem palestras sobre saúde mental, oferecem apoio de psicólogos, treinam os líderes para que identifiquem problemas em suas equipes e algumas até realizam monitoramento periódico dos funcionários.

Membro da Sociedade Brasileira de Psicologia, Ana Carolina Peuker diz que a crise pandêmica de Covid-19 colocou uma ‘lente de aumento’ em problemas psicológicos que já existiam e que foram exacerbados pela crise. Ela defende que as empresas façam o rastreio para entender quais são os fatores de risco psicossociais existentes e, a partir daí, sejam adotadas ações preventivas e não somente reativas.

“Alguns exemplos são as altas cargas de trabalho, prazos apertados, desequilíbrio entre vida pessoal e trabalho, assédio moral e falta de participação na tomada de decisões que afetam o colaborador. Além de causar estresse, que é um perigo por si só, os fatores de risco psicossociais podem levar também ao adoecimento físico”, explica a psicóloga, que também é CEO da BeeTouch, healthtech que faz a mensuração de riscos psicossociais no local de trabalho com avaliações psicológicas digitais. 

Peuker destaca ainda que a falta de atenção aos aspectos psicossociais está relacionada a redução na satisfação, no comprometimento e na produtividade dos colaboradores. Isso pode aumentar as taxas de falta e rotatividade dos funcionários, aumentando também os custos operacionais com recrutamento, treinamento, passivos trabalhistas e causar até redução na qualidade dos produtos ou serviços prestados. Empresas que investem na sustentabilidade emocional têm benefícios expressivos, como aumento no engajamento dos colaboradores, maior produtividade e mais inovação, zelando, assim, pela boa reputação da companhia.

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