Sidônio Palmeira está na política desde 1992, quando cuidou da campanha que elegeu a então deputada Lídice da Mata como prefeita de Salvador (Ricardo Stuckert / PR/Flickr)
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Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 13h51.
Empossado como novo secretário de Comunicação do Planalto no lugar de Paulo Pimenta, o baiano Sidônio Palmeira vive o desafio de tornar coesa a divulgação dos atos do governo atual. Como primeiro desafio, ele deverá pensar em formas de conter o avanço recente da oposição, que, após um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), controlou o debate público em relação à nova normativa do Pix.
Sidônio está na política desde 1992, quando cuidou da campanha que elegeu a então deputada Lídice da Mata como prefeita de Salvador (BA). Depois, esteve na equipe de comunicação de Jaques Wagner, que se candidatou ao governo da Bahia em 2006 e saiu vencedor. Sidônio também foi marqueteiro de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas últimas eleições e, desde a vitória do petista, passou a se colocar como conselheiro do presidente. Nos bastidores, há informação de que a opção de recuar das diretrizes planejadas para transações de Pix a partir de R$ 5 mil tenha sido sugestão dele.
Ao assumir o posto no governo, o novo chefe da Secom reconheceu que a atual percepção popular não condiz com a imagem que o presidente Lula precisa projetar para preservar sua popularidade e destacou que seu trabalho será guiado por um tripé essencial: comunicação, gestão e política. “Esses três pilares precisam estar funcionando”, afirmou.
“A informação dos serviços não chega à ponta. A população não consegue ver o governo em suas virtudes. Como profissional de marketing, trago também uma outra visão da publicidade, como prestadora de serviços, que informa e contribui para melhorar a vida das pessoas. As mães e os pais precisam saber que chegou vacina no posto. O garoto que está na escola precisa saber que existe o Pé-de-Meia. A jovem precisa saber que o governo fornece absorvente para proteger a dignidade dela”, ilustrou.
A nova norma previa que os bancos deveriam, a cada seis meses, enviar à Receita informações detalhadas sobre transações de contribuintes, tanto pessoas físicas quanto jurídicas. Para pessoas físicas, essa obrigatoriedade se aplicaria somente a movimentações que ultrapassassem o valor mensal de R$ 5 mil. Rapidamente, o fato suscitou questionamentos de parlamentares da oposição, que passaram a associar a normativa a uma intenção do governo de taxar, futuramente, as transferências por Pix.
Para reduzir a repercussão negativa, que passou a tomar uma grande proporção nas redes sociais, Lula reforçou que a mudança foi implementada com o objetivo de intensificar a fiscalização contra práticas de lavagem de dinheiro. Em uma ação simbólica para reforçar sua posição, realizou uma doação via Pix ao time do Corinthians, que está promovendo uma vaquinha para quitar a dívida de sua arena. O movimento não surtiu o efeito esperado pelo Planalto e, dias depois, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, foi a público revogar a instrução normativa.