Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Como vai funcionar o sistema eletrônico europeu que substitui carimbo em passaportes

O novo modelo será implementado gradualmente e deverá estar totalmente operacional até abril de 2026

Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 13h43.

Última atualização em 14 de agosto de 2025 às 14h10.

A partir de 12 de outubro, turistas de fora da União Europeia — incluindo brasileiros — deixarão de receber o tradicional carimbo no passaporte ao entrar em grande parte do continente. O registro de entrada e saída passará a ser feito pelo Entry/Exit System (EES), sistema eletrônico que utiliza dados biométricos, como reconhecimento facial e impressões digitais, além de informações como nome e número do documento.

A mudança valerá para 29 países: todos os membros da União Europeia, com exceção de Irlanda e Chipre, e também Islândia, Noruega, Suíça e Liechtenstein. A medida afeta visitantes de países que não integram o bloco e que não precisam de visto para estadias curtas, como o Brasil, cujo limite é de 90 dias em um período de 180 dias.

Segundo a Comissão Europeia, o EES foi criado para agilizar o controle de fronteiras, reforçar a segurança e reduzir o risco de permanências irregulares. O sistema será integrado a um banco de dados comum, permitindo identificar automaticamente visitantes com prazo de estadia vencido ou documentos falsos. 

Ele também funcionará como etapa preparatória para o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem (ETIAS, na sigla em inglês) — autorização pré-viagem que começará a ser exigida até o fim de 2026.

Novo procedimento

Na primeira entrada de um viajante, serão coletadas as impressões digitais e a foto do rosto. Com os dados já armazenados, passagens seguintes pelas fronteiras tendem a ser mais rápidas. Apesar disso, companhias aéreas e operadoras de transporte alertam para possíveis filas mais longas nos primeiros meses, especialmente em aeroportos movimentados, como o Charles de Gaulle, em Paris, e estações de trem internacionais, como a St. Pancras, em Londres.

Além da coleta biométrica, alguns pontos de imigração poderão exigir o preenchimento eletrônico de um questionário sobre a viagem. Em países como Portugal, a legislação prevê multas que podem chegar a 700 para quem ultrapassar o tempo de permanência autorizado. A fiscalização mais rigorosa também deve elevar o número de viajantes barrados, cenário que já afeta especialmente os brasileiros: em 2023, eles representaram 85% dos estrangeiros impedidos de entrar em Portugal.

Valor simbólico

A substituição do carimbo físico tem também um caráter simbólico. Para muitos viajantes, ele representava um registro palpável de cada destino visitado. Agora, as viagens passarão a ter esse histórico restrito aos sistemas eletrônicos. A Comissão Europeia afirma que campanhas informativas e ajustes na infraestrutura serão realizados para garantir uma transição sem maiores transtornos.

O novo modelo será implementado gradualmente e deve estar totalmente operacional até abril de 2026, quando o ETIAS também começará a ser exigido. Nesse segundo processo, turistas precisarão solicitar a autorização antes da viagem, com prazo de análise de até 30 dias e custo de 7, isento para menores de 18 e maiores de 70 anos.

Acompanhe tudo sobre:Europa

Mais de Esfera Brasil

Operador Nacional de Combustíveis avança no Congresso para aumentar rigor na fiscalização

Novo controle parental do ChatGPT atende exigências da LGPD, diz especialista

MDB mira cenário eleitoral e elabora plano de prioridades para o País

Mais de 1/3 do municípios enfrentam dificuldades para manter estrutura administrativa, diz Firjan