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Cessar-fogo não reduz tensão no Oriente, e mercado monitora efeitos para o petróleo

Para o Brasil, principal foco de atenção é volatilidade nos preços de derivados

Dificuldade de uma paz duradoura pode levar a aumento no preço da commodity (Getty Images/Reprodução)

Dificuldade de uma paz duradoura pode levar a aumento no preço da commodity (Getty Images/Reprodução)

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Publicado em 29 de junho de 2025 às 06h05.

Com a trégua no conflito entre Irã e Israel, os preços do petróleo acumulam a maior queda semanal em mais de dois anos. Na sexta-feira, 27, houve aumento de 0,8% no Brent, vendido a US$ 68,26 o barril, enquanto o WTI ganhava quase 0,9%, negociado a US$ 65,83, segundo a agência Reuters. Ainda assim, a queda no preço semanal girava em torno de 12%.

No entendimento do diretor de Novos Negócios da Refina Brasil — entidade que reúne as refinarias responsáveis por 20% da capacidade da produção nacional —, Matheus Soares, ainda que o cessar-fogo represente um freio na guerra, o mercado segue vigilante a possíveis desdobramentos que possam impor dificuldades operacionais e logísticas no estreito de Ormuz, região geográfica por onde passa 30% da produção mundial de petróleo.

“No caso do Brasil, a autossuficiência dá tranquilidade para o abastecimento de petróleo, mas o que preocupa é o abastecimento em derivados porque dependemos de importações”, aponta. “O estreito é importante não somente para o petróleo, mas também para derivados, como gás natural”, completa.

Segundo Matheus, o cessar-fogo foi construído de uma forma que não coloca fim às causas do conflito. A dificuldade, portanto, de se construir uma paz duradoura na região pode levar ao encarecimento da commodity e eventual piora na pressão inflacionária para o Brasil, ainda que o cenário momentâneo seja de preços mais baixos do barril do petróleo. “O mercado não convive bem com a incerteza”, diz Soares.

Estreito de Ormuz

Localizado entre o Irã e Omã, o estreito de Ormuz é considerado por analistas de política internacional como um dos pontos mais sensíveis do planeta, dado o alto fluxo de navios petroleiros. 

Na prática, trata-se de uma faixa de 39 km de largura que conecta o Golfo Pérsico ao Golfo de Omã e também ao oceano Índico. Os limites do estreito compreendem faixas litorâneas pertencentes a três países: Irã, Omã e Emirados Árabes Unidos.Segundo a Lloyd’s List, o tráfego energético na região soma até 33 milhões de barris de óleo equivalente por dia — incluindo exportações de Arábia Saudita, Kuwait, Iraque, Emirados Árabes Unidos e também do Irã.

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