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Brasil e China reforçam parceria com acordos bilionários em infraestrutura, energia e tecnologia

Atualmente, a China responde por mais de US$ 157 bilhões em exportações brasileiras, valor que supera a soma das vendas para os Estados Unidos e União Europeia

Com os novos acordos, a tendência é que se consolide ainda mais a parceria estratégica entre Brasília e Pequim (Ken Ishii/Getty Images)

Com os novos acordos, a tendência é que se consolide ainda mais a parceria estratégica entre Brasília e Pequim (Ken Ishii/Getty Images)

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Publicado em 25 de maio de 2025 às 04h12.

A recente viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China resultou na assinatura de 36 acordos bilaterais, selando uma nova fase na relação entre os dois países. As parcerias abrangem setores estratégicos como infraestrutura, energia, meio ambiente, tecnologia, agronegócio e finanças. A missão é considerada a mais robusta da atual gestão em termos de cooperação internacional, reforçando a posição da China como o maior parceiro comercial do Brasil.

Entre os principais acordos, destaca-se o Memorando de Entendimento entre a Casa Civil e a Comissão de Desenvolvimento e Reforma da China, que estabelece sinergias entre os principais programas de desenvolvimento do Brasil – como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Plano Nova Indústria Brasil e o Programa Rotas da Integração Sul-Americana – e a Iniciativa Cinturão e Rota, conhecida como Nova Rota da Seda. 

Apesar do alinhamento estratégico, Lula reiterou que o Brasil não aderiu formalmente ao projeto chinês, diferentemente de outros países da América do Sul.

Economia e infraestrutura

No campo financeiro, um dos marcos da visita foi a assinatura de um acordo de swap de moedas entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China, que permite operações comerciais e financeiras utilizando moedas locais, reduzindo a dependência do dólar. Também foram firmados memorandos de cooperação em inteligência financeira e no combate à lavagem de dinheiro, além de acordos entre a B3 e as bolsas de Xangai e Shenzhen para facilitar o acesso a fundos de índice (ETF Connect).

A área de infraestrutura também foi alvo de acordos estratégicos. Empresas chinesas demonstraram forte interesse em participar do leilão do Túnel Santos-Guarujá, previsto para setembro, além de projetos portuários e logísticos no Brasil, com potencial de atrair até R$ 6 bilhões em investimentos. 

Tecnologia e meio ambiente

Outro avanço relevante é na cooperação tecnológica e digital. O Brasil fechou parcerias com gigantes chinesas, incluindo a Huawei, para desenvolvimento de soluções em inteligência artificial e criação de um Centro de Transferência de Tecnologia, que deve impulsionar setores como telecomunicações, processamento de dados e segurança cibernética. Também foram firmados acordos nas áreas de propriedade intelectual e proteção de indicações geográficas.

Na área de meio ambiente, os governos firmaram um memorando para recuperação de vegetação e sumidouros de carbono, além de acordos de cooperação na área de energia limpa, como etanol e mineração sustentável.

Atualmente, a China responde por mais de US$ 157 bilhões em exportações brasileiras, valor que supera a soma das vendas para os Estados Unidos e União Europeia. Com os novos acordos, a tendência é que esse volume continue crescendo, consolidando ainda mais a parceria estratégica entre Brasília e Pequim.

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