A destruição da floresta traz diferentes impactos ao meio ambiente e à sociedade e afeta o regime de chuvas. (Ignacio Palacios/Getty Images)
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Publicado em 12 de dezembro de 2023 às 09h18.
Durante a 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), o Brasil cobrou das nações desenvolvidas o compromisso efetivo de combate à crise ambiental e defendeu a proposta que remunera os países por hectare de floresta em pé.
Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, o Brasil tem chances de ver a remuneração pela proteção das florestas aprovada. “Haveremos de aprovar esse instrumento para que as florestas sejam remuneradas, protegidas. Os mais interessados em proteger a floresta, a biodiversidade, os povos originários e o nosso regime de chuvas somos nós”, afirmou.
Segundo a ministra, é preciso combater o desmatamento, uma vez que a prática agrava a crise climática e afeta o regime de chuvas. Marina Silva ressaltou que os esforços do governo federal começaram a apresentar resultados. Entre agosto de 2022 e julho de 2023, houve queda de 22% no desmatamento da Amazônia. “Isso evitou lançar na atmosfera 133 milhões de toneladas de CO2”, complementou.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou que o Brasil vai sediar a COP30 em 2025, em Belém, no Pará. “Só pelo fato de ser na Amazônia, já merece um destaque extraordinário. O mundo inteiro fala da Amazônia. Fala da floresta, da água doce do Brasil. O mundo vai conhecer, de fato, o que é a Amazônia”, destacou.
Uma das missões do Brasil na COP é demonstrar aos líderes internacionais que o País trabalha para se tornar um dos protagonistas mundiais na transição energética e ecológica. “Daqui a dez anos, o Brasil será chamado de Arábia Saudita da energia verde, da energia renovável. Porque é para isso que estamos trabalhando”, disse Lula.
Cerca de três mil brasileiros, entre representantes do governo, do setor privado e da sociedade civil, se inscreveram para a COP em Dubai. Essa foi a maior delegação brasileira no evento.
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O Brasil tem um pavilhão na COP em Dubai para debater temas ligados ao clima e às energias renováveis. Entre os assuntos estão: financiamento climático e mercado de carbono, florestas e bioeconomia, governança climática compartilhada, gestão e recursos hídricos, segurança alimentar, agricultura de baixa emissão de carbono e transição energética.
A COP28 deve aprovar o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, criado para avaliar a resposta do mundo à crise climática a cada cinco anos. O compromisso é limitar o aquecimento global a 1,5°C em comparação aos níveis pré-industriais. Cada país estabeleceu metas próprias para reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEEs) chamadas de Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
A NDC brasileira estipulou que o Brasil deve reduzir as emissões em 48% até 2025 e 53% até 2030, em relação aos números de 2005. O País reiterou o compromisso de alcançar emissões líquidas neutras até 2050. Isto significa que toda emissão deverá ser compensada com fontes de captura de carbono, como plantio de florestas e recuperação de biomas.