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Apesar da instabilidade, Brasil atrai capital estrangeiro e reforça posição de destaque em 2025

Em outubro do ano passado, a OCDE posicionou o Brasil como o segundo maior destino de investimento estrangeiro direto no mundo

Projeções do Banco Central apontam que, em 2025, deverão ser recebidos cerca de US$ 70 bilhões em Investimento Direto no País (RHJ/Getty Images)

Projeções do Banco Central apontam que, em 2025, deverão ser recebidos cerca de US$ 70 bilhões em Investimento Direto no País (RHJ/Getty Images)

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Publicado em 14 de julho de 2025 às 19h36.

Mesmo em um cenário global de incertezas e volatilidade, o Brasil segue como destino relevante para o investimento estrangeiro em 2025. Projeções do Banco Central apontam que, neste ano, deverão ser recebidos cerca de US$ 70 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) – montante próximo ao registrado em 2024 e que demonstra a resiliência do Brasil no radar de grandes grupos internacionais. 

Em outubro do ano passado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) posicionou o Brasil como o segundo maior destino de investimento estrangeiro direto (IED) no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Esses recursos – aplicados principalmente em compra de empresas, instalação de fábricas e novos projetos – têm perfil de longo prazo e não são afetados por oscilações de curto prazo no mercado. Isso explica por que, mesmo com a maior fuga de dólares dos últimos quatro anos, o País viu o ingresso líquido de capital produtivo superar expectativas em 2024. 

Estimativas da ApexBrasil indicam que mais da metade do valor investido no ano passado foi direcionado a projetos greenfield, ou seja, criados do zero, com destaque para setores como automóveis, biotecnologia, energias renováveis e tecnologia da informação.

Parte desse interesse tem relação com os fundamentos da economia brasileira: mercado interno robusto, riqueza natural, posição geográfica estratégica e capacidade produtiva diversificada. Além disso, o movimento global de “nearshoring” – busca por fornecedores mais próximos geograficamente – favorece o País, principalmente no contexto das tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

Setores em destaque

Gigantes globais vêm ampliando sua presença no Brasil. A Chevron, por exemplo, liderou um consórcio com a chinesa CNPC e adquiriu nove blocos na bacia da foz do Amazonas, uma área considerada nova fronteira exploratória de petróleo e gás. ExxonMobil e Petrobras também venceram leilões na região, reforçando o interesse no potencial da costa norte brasileira, mesmo diante dos desafios ambientais.

No setor de tecnologia, o Brasil se prepara para receber novos investimentos em infraestrutura digital. A Huawei, que já fornece soluções para data centers, aguarda incentivos fiscais do governo para ampliar sua atuação. O País também tem atraído empresas como ByteDance, controladora do TikTok, interessadas na instalação de centros de dados impulsionados pela oferta de energia renovável e por um mercado digital em expansão.

Apesar das críticas de analistas quanto à combinação de juros elevados, câmbio volátil e instabilidade política, os números indicam que os investidores de longo prazo continuam confiando no Brasil. Em 2024, o reinvestimento de lucros por empresas estrangeiras no País chegou a US$ 33 bilhões – sinal claro de comprometimento com o ambiente local. No mesmo ano, o estoque total de IDP atingiu US$ 1,3 trilhão, o equivalente a 46,8% do PIB.

Na América Latina, o Brasil lidera com folga os principais índices de referência globais. Representa 60% do MSCI LatAm, sendo também destaque entre emergentes por oferecer ações com baixa precificação e títulos de renda fixa com retorno atrativo. Segundo o Itaú BBA, o País apresenta valuation até 23% inferior à sua própria média histórica, o que torna o momento estratégico para investidores que buscam oportunidades de valorização.

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