Formada pela USP, Ana Estela Haddad tem sólida trajetória na administração pública, e vê saúde digital como ferramenta indispensável para o SUS (Divulgação)
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Publicado em 25 de março de 2025 às 17h44.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 17h48.
Com ampla experiência em gestão pública e formulação de políticas em saúde e educação, a secretária nacional de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Ana Estela Haddad, será premiada na categoria Inovação e Tecnologia na 4ª edição do Mulheres Exponenciais.
A premiação reconhece o desempenho e trajetória de mulheres bem-sucedidas em sua área de atuação, seja na iniciativa pública ou privada. Além da vasta carreira no campo político, com participação na implementação do Programa Universidade para Todos, pelo Ministério da Educação, no início dos anos 2000, Ana Estela é professora titular do Departamento de Ortodontia e Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP). Ela foi a primeira mulher a alcançar este cargo.
“A minha professora, que é a minha orientadora, certamente tem muito mérito e poderia estar nesse lugar. Eu não vejo isso como mérito individual, vejo isso como um telhado de vidro que a gente teve que furar para poder chegar lá”, disse.
“Trabalhei os 20 primeiros anos da minha profissão atendendo crianças na odontologia, uma coisa que sempre me deu muita satisfação e muito prazer, e também dando aulas. Fui docente primeiramente em uma instituição privada durante oito anos, mas sempre sonhei com o concurso da USP [Universidade de São Paulo]”, afirmou.
Também no Ministério da Educação, Ana Estela atuou nos trabalhos relacionados à promulgação da Lei que criou o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES) e a Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (CONAES). Já no Ministério da Saúde, entre 2005 e 2010, ocupou o cargo de Diretora de Gestão da Educação na Saúde da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), até voltar à administração pública em 2023, para ocupar novamente um posto na Saúde.
Segundo ela, o Ministério da Saúde passou a direcionar esforços para a área digital em 2007, inicialmente para a atenção primária. Hoje, pelo aplicativo do Sistema Único de Saúde (SUS), profissionais de saúde têm acesso a um conjunto de informações – como o histórico clínico do paciente. Antes disso, esses dados só eram disponibilizados na unidade de saúde onde foi realizado o atendimento.
“Hoje a gente busca integrar a Telessaúde com o prontuário eletrônico para que toda jornada do usuário do Sistema Único de Saúde possa se beneficiar de um modelo que a gente chama de sistema híbrido”, explicou Ana Estela Haddad.
“O gestor no nível municipal, estadual ou federal precisa ter acesso a dados agregados, não ao dado individual, mas ao conjunto de dados e informações estratégicas para tomada de decisão e gestão, como fazer a vigilância de um eventual surto de dengue ou fazer uma vigilância para identificar precocemente possíveis emergências sanitárias”, ilustrou.