Moeda dos Estados Unidos chegou a ser negociada por R$ 5,49 nesta segunda-feira (Designed by/Freepik)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 17 de junho de 2025 às 01h25.
O dólar chegou, nesta segunda-feira, 16, ao valor de R$ 5,49, que é o menor patamar desde outubro de 2024, e uma dúvida paira sobre quem acompanha o mercado financeiro. Por que a moeda dos Estados Unidos tem perdido tanto valor frente ao real e quais são os motivos para essa queda?
Na visão de João Victor Musso, sócio e assessor de Investimentos na Valor Investimentos, fatores como o saldo das contas externas, que no caso do Brasil tem uma relação muito próxima com a alta das commodities, dado o contexto em que o País está inserido no plano internacional, além das incertezas com o cenário político dos Estados Unidos frente à guerra tarifária com outras nações, têm feito os ativos brasileiros se valorizarem
“Desde o Liberation Day do Trump, em abril, ele colocou um ponto de interrogação em como ficaria o comércio mundial, colocou em xeque mais de 180 países, cobrando uma taxa além do normal, e sobre blocos econômicos também. Gerou bastante incerteza e questionamentos se o dólar e a dívida americana continuam como ‘porto seguro’. Isso tudo gerou uma incerteza muito grande”, explicou.
De forma geral, o cenário cambial também é sensível à maneira como é conduzida a política fiscal brasileira, e as discussões sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) também têm potencial de influenciar nessa variação de preços.
Também integra esse contexto o diferencial no patamar de juros brasileiros e norte-americanos. Enquanto por aqui a taxa básica (Selic) está na casa dos 14,75% ao ano, nos Estados Unidos os juros estão na margem entre 4,25% e 4,5%.
Israel x Irã
As incertezas na geopolítica do Oriente Médio dado o conflito armado entre Israel e Irã também influenciam na desvalorização da moeda dos Estados Unidos, que têm histórico recente em participação de ações militares naquela região em tempos recentes, como ocorreu no Afeganistão e no Iraque.
Segundo analistas internacionais, uma guerra entre as nações é iminente, e poderia afetar toda a cadeia de comércio global, dado o volume de petróleo produzido na região, e a importância do Estreito de Ormuz para o fluxo de bens e serviços como um todo. “O conflito acaba trazendo bastante imprevisibilidade, que gera incerteza”, apontou João Victor Musso.