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Jair Bolsonaro: o presidente na briga pela reeleição

Quem é Jair Bolsonaro, candidato do PL à Presidência da República

 (SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

(SERGIO LIMA/AFP/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2022 às 08h00.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às 17h01.

Nome: Jair Messias Bolsonaro
Vice: Braga Netto
Partido: PL
Coligação: PP, Republicanos e PL
Idade
: 67 anos
Data de nascimento: 21/03/1955
Ocupação: capitão reformado do Exército
Grau de instrução: superior completo
Estado civil: casado
Município de nascimento: Glicério (SP)

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Resumo do candidato

Dos 67 anos completados em março, Jair Messias Bolsonaro contabiliza 34 anos na política, com a pretensão de se reeleger presidente da República em outubro e prolongar esse período por mais quatro anos. Eleito pelo PSL em 2018, agora ele tenta renovar o mandato pelo PL, sigla à qual se filiou em novembro de 2021, em busca de mais recursos para a campanha e tempo de televisão.

Apesar de ter vencido as eleições de 2018 com poucas verbas e com discurso contrário à "política tradicional", fazendo ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro hoje não nega que é do Centrão e não tem nenhum apego a legendas -- já esteve em nove desde 1988, quando conseguiu o primeiro cargo público: vereador no Rio de Janeiro, pelo Partido Democrata Cristão (PDC).

Capitão reformado do Exército, formado em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) e mestre em saltos pela Brigada Paraquedista do Rio de Janeiro, o presidente se apoia no eleitorado conservador e militar desde o início da carreira política e defendeu os direitos da classe durante todos os mandatos.

Nada mais natural, já que entrou na política após a grande repercussão de um artigo escrito em 1986 para a revista Veja, no qual atribuía o desligamento de cadetes da Aman aos baixos salários pagos à categoria. O artigo o levou à prisão por 15 dias, por infringir o regulamento disciplinar, mas gerou reações positivas de parte da sociedade e o colocou em evidência.

Depois de cumprir dois anos do mandato de vereador, foi em 1991 que Bolsonaro assumiu pela primeira vez a cadeira de deputado federal. Depois, foi reeleito mais seis vezes para o mesmo cargo, tendo sido o deputado mais votado no Rio de Janeiro em 2014, com bandeiras que incluíam melhoria salarial para os militares, fim da estabilidade dos servidores e controle da natalidade, além da revisão das terras ocupadas pelos índios ianomâmis.

O histórico de Bolsonaro na Câmara é mais marcado por polêmicas e trocas de partido do que pelo êxito em aprovar propostas. Considerado um representante do "baixo clero", ele apresentou 162 projetos de lei, muitos deles sobre segurança pública, mas apenas dois foram aprovados pelo plenário.

Mesmo assim, Bolsonaro se tornou um fenômeno nas redes sociais. Hoje, ele tem 19,6 milhões de seguidores no Instagram, 14 milhões no Facebook e 7,6 milhões no Twitter. É por essas redes, e por um canal bastante movimentado no Telegram, que ele faz boa parte da comunicação de atos do mandato.

Com a força nas redes sociais, Bolsonaro conseguiu surfar na onda antipetista e se eleger presidente em 2018, mesmo com um plano de governo enxuto e sem participar de debates, depois de levar uma facada durante um ato de campanha, em Juiz de Fora, em 6 de setembro daquele ano.

Na disputa com Fernando Haddad (PT), Bolsonaro recebeu 57,7 milhões de votos no segundo turno, o apoio do equivalente a 55,13% do eleitorado. No discurso da posse, em 1º de janeiro de 2019, pediu a ajuda dos parlamentares para libertar o país "do jugo da corrupção, da criminalidade, da irresponsabilidade econômica e da submissão ideológica".

Ao assumir o Palácio do Planalto, fez questão de colocar militares em ministérios e cargos estratégicos, o que resultou em uma representação da categoria no Executivo superior à vista durante os governos militares na ditadura. A configuração dos ministérios mudou após o alinhamento maior do governo com o Centrão, a partir de 2020, quando precisou garantir melhor governabilidade.

Em seu governo, ele se propôs a ir além das pautas de costumes, como combate à "ideologia de gênero", e prometeu uma política econômica liberal ao colocar Paulo Guedes no Ministério da Economia. Conseguiu vitórias em algumas questões, como a aprovação da reforma da Previdência, mas pouco avançou na agenda de privatizações.

Além da reforma da Previdência, o governo Bolsonaro conseguiu aprovar a autonomia do Banco Central, mas não teve força política para consolidar as reformas tributária e administrativa. Outra promessa de governo que ficou sem resolução era "promover crescimento econômico com inflação baixa".

A aprovação do auxílio emergencial aos desassistidos durante a pandemia de covid-19 é considerada uma das vitórias de Bolsonaro no governo. A gestão da pandemia, entretanto, foi repleta de dificuldades. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid pediu o indiciamento do presidente e de ministros por crimes cometidos durante a pandemia. 

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