Economia

Yellen diz que pleno emprego se materializa lentamente

Chair do Fed disse que a economia americana parece estar progredindo lentamente na direção do pleno emprego

Chair do Federal Reserve, Janet Yellen, discursa durante encontro do Clube Econômico de Nova York (Brendan McDermid/Reuters)

Chair do Federal Reserve, Janet Yellen, discursa durante encontro do Clube Econômico de Nova York (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2014 às 17h02.

Nova York - A chair do Federal Reserve, Janet Yellen, afirmou nesta quarta-feira que a economia dos Estados Unidos parece estar progredindo lentamente na direção do pleno emprego, mas ainda precisa da ajuda do banco central por algum tempo.

Em seu segundo discurso desde que passou a comandar o banco central norte-americano, Yellen disse ser "bastante plausível" que a economia passe a operar perto do pleno emprego e com a inflação em um nível mais saudável até o fim de 2016.

"Eu acho que estamos vendo um progresso bastante significativo, apesar de claramente ... o objetivo não ter sido atingido neste momento", disse Yellen no Clube Econômico de Nova York ao responder a uma pergunta.

Yellen usou o seu discurso para fornecer diretrizes sobre a política monetária para uma das plateias mais importantes do Fed: Wall Street.

Por quanto tempo as taxas de juros vão se manter perto de zero, vai depender de quão distante a economia dos EUA permanecerá das metas de emprego e inflação do Fed, e de quanto tempo irá demorar para atingi-las, disse Yellen.

E, apesar de ter enfatizado a importância de manter a política monetária frouxa no horizonte relevante, ela apontou para um eventual fim dessa política.

"Com a continuidade da recuperação e consolidação da cura, é óbvio que teremos de apertar a política para evitar que a meta seja ultrapassada", afirmou. "Vamos nos manter bem focados na remoção da flexibilização quando o momento certo chegar", emendou.


Mas ela também enfatizou que eventos imprevisíveis podem ocorrer no atual caminho do banco central, como já ocorreu diversas vezes no processo de recuperação.

Segundo ela, o Fed poderia até deixar de lado seus esforços para reduzir o programa de compra de ativos, indo contra as expectativas de que o Fed está praticamente certo que irá encerrar as compras, atualmente em 55 bilhões de dólares por mês, até o fim do ano.

O banco central, frustrado com a lenta recuperação dos EUA da recessão de 2007-2009, tem como objetivo o máximo nível de emprego sustentável e inflação de 2 por cento, ante pouco mais de 1 por cento atualmente.

"Quanto maior a diferença do emprego ou inflação de seus respectivos objetivos, e quanto mais lento o progresso projetado na direção desses objetivos, por mais tempo a atual faixa para a taxa de juros deve ser mantida", disse Yellen.

Essa posição, disse ela, reforça o comprometimento do Fed de "manter o grau apropriado de acomodação para sustentar a recuperação". A decisão de apertar a política monetária não será baseada em um indicador econômico, mas em uma "variedade de informações sobre o mercado de trabalho, inflação e desenvolvimentos financeiros".

O Fed tem mantido a taxa de juros perto de zero desde 2008. E desde então, tem tentado diversas estratégias para telegrafar por quanto tempo vai esperar até apertar a política. Mas no mês passado, o Fed apresentou uma nova versão para suas diretrizes, prometendo efetivamente não elevar os juros "no horizonte relevante" após o fim do programa de compra de ativos. E Yellen plantou mais confusão ao dizer, em entrevista, que "horizonte relevante" significa cerca de "seis meses".

Yellen não mencionou o período de "seis meses" no discurso desta quarta.

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