Economia

Yellen deixa comando do Fed após afastá-lo de uma era de crise

Sob o comando de Yellen, o desemprego norte-americano baixou para 4,2% e a economia está crescendo há mais de oito anos

Janet Yellen: economista foi a primeira mulher a presidir o Fed em seus 100 anos de história (Joshua Roberts/Reuters)

Janet Yellen: economista foi a primeira mulher a presidir o Fed em seus 100 anos de história (Joshua Roberts/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de novembro de 2017 às 12h10.

Washington - Janet Yellen deixará o comando do Banco Central norte-americano, o mais poderoso do mundo, depois de quatro anos durante os quais deixou a economia dos Estados Unidos em uma situação muito mais sólida e conduziu a política monetária para longe de uma era de crise.

Yellen, que em 2014 se tornou a primeira mulher a presidir o Fed em seus 100 anos de história, foi descartada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, na quinta-feira para um segundo mandato - um rompimento com a tradição.

Quando a economista nova-iorquina de 71 anos entregar as rédeas para seu sucessor Jerome Powell, governador do Fed, no início do ano que vem, o fará na condição de primeira líder de um grande banco central desde a crise financeira de 2007-2009 a colocar as taxas de juro no que, até agora, vem sendo uma rota ascendente sustentável.

Yellen foi responsável pelo primeiro aumento na taxa em quase uma década, uma medida seguida por outras três elevações. O Fed deve voltar a elevar as taxas em dezembro.

Indicada pelo então presidente Barack Obama para suceder Ben Bernanke, Yellen também capitaneou o fim do programa de compra de títulos do BC dos EUA, iniciado para estimular a economia após a crise, e a redução gradual de seu balanço patrimonial de 4,5 trilhões de dólares neste ano.

"Não sei como você poderia enxergar defeitos", disse Joseph Gagnon, membro sênior do Instituto Peterson de Economia Internacional que trabalhou no Fed durante duas décadas.

"Ela é uma líder muito polida, cautelosa, respeitada. Os mercados têm estado tão tranquilos quanto possível e nunca vimos um crescimento de empregos tão estável e contínuo por tanto tempo."

Os investidores digeriram facilmente o anúncio feito neste ano de que o Fed iria cortar sua carteira de títulos públicos do governo dos EUA e títulos financeiros lastreados em hipotecas, ao contrário do "surto de afunilamento" de 2013 que se seguiu à insinuação de Bernanke de que o programa de compra de títulos poderia ser contido.

Sob o comando de Yellen, o desemprego norte-americano baixou para 4,2 por cento, de 6,7 por cento, e a economia está crescendo há mais de oito anos, embora em um ritmo muito mais lento do que o de recuperações anteriores de uma recessão.

Nem tudo saiu de acordo com os planos. Yellen e outros formuladores de política do Fed foram responsabilizados por não conseguirem aumentar a inflação, que vem ficando abaixo da meta de 2 por cento do Fed apesar do mercado de trabalho consistente.

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