Economia

Washington retoma diálogo sobre "abismo fiscal"

Com Obama de volta, partidos voltaram a empreender esforços para evitar que os Estados Unidos caiam no chamado "abismo fiscal"


	Presidente dos EUA vai tentar reavivar as conversações sobre a crise orçamentária quando retornar a Washington após breves férias de Natal
 (REUTERS / Larry Downing)

Presidente dos EUA vai tentar reavivar as conversações sobre a crise orçamentária quando retornar a Washington após breves férias de Natal (REUTERS / Larry Downing)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 09h06.

Washington/Honolulu - Os partidos políticos norte-americanos voltaram a empreender esforços para evitar que os Estados Unidos caiam no chamado "abismo fiscal", a menos de uma semana para a prevista entrada em vigor dos aumentos de impostos e cortes de despesas potencialmente desastrosos para a economia dos EUA.

Num indício de que poderá haver uma saída para o impasse no Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, fez um chamado ao Senado, controlado pelos democratas, para que tome atitudes que evitem o "abismo".

Ele também se ofereceu para pelo menos estudar qualquer proposta feita pelos senadores.

O presidente dos EUA, Barack Obama, vai tentar reavivar as conversações sobre a crise orçamentária --estancadas na semana passada --quando retornar a Washington nesta quinta-feira, após breves férias de Natal no Havaí.

As esperanças de aprovação de legislação que evite o "abismo fiscal" estão centradas agora no Senado, já que os objetivos da Casa Branca e dos republicanos ainda estão muito distantes.

Os democratas têm maioria no Senado, mas ainda assim precisam de algum apoio de republicanos para sua tentativa de aumentar os impostos somente para as grandes fortunas.

Um alto funcionário do governo disse a repórteres, durante a viagem de retorno de Obama do Havaí, que os líderes republicanos no Congresso --o senador Mitch McConnell e Boehner-- deveriam tomar a iniciativa de impedir o aumento geral de impostos e o corte de despesas.

"Compete ao líder da minoria no Senado não bloquear a votação, e cabe ao líder republicano na Câmara, o presidente da Câmara... permitir o voto", disse o alto funcionário.

Meses de impasse no Congresso sobre como reduzir o déficit e controlar a dívida federal de 16 trilhões de dólares começam a afetar os norte-americanos comuns.


Os consumidores teriam gastado menos para as festas de fim de ano por temerem o iminente aumento de impostos. Informações de que houve redução de vendas do atacado tornaram ainda mais urgente um acordo. As ações caíram na quarta-feira, impulsionadas pela queda do valor dos papéis de empresas atacadistas.

Para evitar o calote da dívida do governo federal se a crise do orçamento sair do controle, o Departamento do Tesouro anunciou medidas planejadas para ganhar tempo, de modo a permitir que o Congresso resolva suas diferenças e eleve o limite de endividamento.

Obama voltará à Casa Branca nesta quinta-feira de manhã.

Boehner e sua equipe na liderança da bancada republicana na Câmara emitiram um comunicado dizendo que "primeiro cabe ao Senado agir".

Isso coloca a bola no campo dos democratas no Senado, que provavelmente vão basear qualquer projeto em uma legislação aprovada pelos senadores no começo do ano, a qual previa a continuidade de reduções de impostos para famílias com renda até 250 mil dólares por ano.

Um porta-voz do senador Harry Reid (o líder dos democratas no Senado) divulgou uma nota em termos duros pedindo aos republicanos que abandonem sua postura de "obstrução".

Os 435 deputados estão espalhados pelo país, já que a Câmara está em recesso, mas os líderes republicanos da Casa marcaram uma teleconferência para quinta-feira, para possivelmente avaliar a retomada dos trabalhos do Legislativo para discutir a questão do abismo fiscal.

No entanto, a disputa orçamentária não é apenas por causa de impostos. O país terá de cortar 109 bilhões de dólares em gastos públicos em janeiro, a menos que seja alcançado um acordo ou adiado o problema. Os democratas querem trocar a maior parte dos cortes de despesas por aumento de impostos.

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