Walter Longo: a Lava Jato traz uma nova dimensão moral e cívica para o país (Maurício Grego/Site Exame)
Maurício Grego
Publicado em 4 de setembro de 2017 às 09h32.
Última atualização em 4 de setembro de 2017 às 10h26.
São Paulo — “Nosso futuro está em nossas mãos, não nas do governo.” Com essa frase, Walter Longo, presidente do Grupo Abril, resumiu a necessidade de a economia avançar mesmo em meio à instabilidade política. Sua fala abriu o EXAME Fórum, o mais importante encontro de negócios do país, que acontece hoje em São Paulo.
Walter Longo citou o exemplo dos Estados Unidos para mostrar como, num país com instituições fortes, a turbulência política tem pouco efeito sobre a economia:
“O mandato de Trump é denunciado como ilegítimo pela grande maioria da mídia mais favorável ao Partido Democrata, em função da propalada intervenção da Rússia na eleição americana. Secretários e assessores diretos de primeira linha do presidente são derrubados da noite para o dia. Passeatas se acumulam por centenas de cidades. No entanto, a economia nos Estados Unidos nunca apresentou sinais tão positivos de evolução. Acaba de surpreender com um crescimento de 3% no segundo trimestre”, disse ele.
Walter Longo lamentou que, no Brasil, o estado concentre 45% da economia. “É essa gigantesca máquina de indicar, aliciar e favorecer que está hoje sob julgamento nos tribunais e na opinião pública”, disse. Para poder avançar, o Brasil precisa “desestatizar tudo que for possível e colocar a iniciativa privada no comando da economia”, afirmou.
O presidente do Grupo Abril terminou seu discurso num tom otimista, afirmando que a Lava Jato traz uma nova dimensão moral e cívica para o país. “Não haverá mais espaço para amigos do rei e sim para amigos do ROI – return on investment”, disse.
O EXAME Fórum deste ano comemora os 50 anos da revista EXAME. Reúne a elite do empresariado e especialistas para discutir os rumos da política, da economia e dos negócios em 2018. Conta com a participação do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, do prefeito da capital paulista, João Doria, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.