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Da Redação
Publicado em 8 de março de 2010 às 14h39.
Reykjavik - Os islandeses votaram no sábado, dia 6, num referendo sobre um acordo de cinco bilhões de dólares para devolver empréstimos anglo-holandeses, e se espera que um retumbante "não" atrase a ajuda do exterior, as esperanças de recuperação econômica e até aspirações à União Europeia.
Apesar das conseqüências da rejeição do acordo vigente, islandeses enfurecidos pretendem votar contra o pacto de 2009 com a Grã-Bretanha e a Holanda, que vêem como muito custoso, e acreditam poder conseguir um trato muito melhor.
A Grã-Bretanha e a Holanda já ofereceram condições melhores do que as inclusas no acordo submetido à votação, mas até agora o país resistiu.
A Islândia precisa concordar em como devolver suas dívidas "Icesave", equivalentes a metade do PIB anual do país, para destravar a chegada de mais ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e dos estados nórdicos e reaquecer sua economia claudicante.
Cerca de 300 a 400 manifestantes encararam a chuva gélida e os ventos uivantes para protestar contra o acordo "Icesave," dizendo que a Islândia deveria se concentrar em ajudar seus próprios cidadãos a superar a crise antes de pagar obrigações com o exterior.
O pleito dá aos islandeses uma oportunidade de desabafar sua raiva contra o que vêem como banqueiros e políticos irresponsáveis, que causaram o derretimento da economia e agora esperam que os contribuintes paguem a conta. Também é grande o rancor contra a abordagem dos governos britânico e holandês.
Pesquisas mostram que a maioria dos islandeses acredita que deveriam pagar as dívidas, mas vêem o atual acordo como injusto.
A dívida "Icesave" chega a mais de 15 mil dólares para cada um dos 320 mil habitantes da Islândia, embora a maior parte do dinheiro provavelmente seja recuperada com a venda dos ativos do Landsbanki, que operou as contas "Icesave" antes de quebrar no final de 2008.