Economia

Volume de transações com dólar cai 8% em 2015, diz BC

No ano passado, a moeda americana teve valorização de 48,5%


	Notas de dólar: no ano passado, a moeda americana teve valorização de 48,5%
 (Adam Gault/Thinkstock)

Notas de dólar: no ano passado, a moeda americana teve valorização de 48,5% (Adam Gault/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 14h57.

Brasília - O volume de transações com dólar caiu 8% em 2015 na comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central.

No ano passado, a moeda americana teve valorização de 48,5%. Conforme o BC, as operações cambiais que passaram pelos bancos somaram US$ 2,796 trilhões ante US$ 3,037 trilhões de 2014 e de US$ 3,652 trilhões de 2013 - a queda já havia sido de 17% de um ano para o outro.

O histórico da instituição para essa movimentação começa em 2013.

No acumulado de 2015, também segundo dados do BC, o Banco Santander seguiu na liderança de maior movimentação da moeda no Brasil, com um total de US$ 382,4 bilhões distribuídos em 824 mil operações.

A instituição espanhola, que havia ultrapassado o Itaú Unibanco em 2014, ficou na contramão do mercado ao registrar aumento do fechamento de contratos e de volume, já que no ano anterior havia movimentado US$ 379 bilhões por meio de 794 mil operações.

Em 2015, o Itaú Unibanco se manteve na segunda posição, com um total de US$ 262,1 bilhões negociados por meio de 1,25 milhão de contratos.

Em 2014, o banco brasileiro havia ficado com a segunda posição, ao movimentar US$ 310,4 bilhões em 1,120 bilhão de contratos.

Na terceira colocação permaneceu o Citibank, com US$ 258,0 bilhões (395 mil operações), seguido pelo HSBC, com US$ 232,6 bilhões distribuídos em 518 mil operações.

O Banco do Brasil também continuou em quinto lugar, como em 2014. A instituição movimentou US$ 202,9 bilhões no ano passado, um volume bem mais baixo do que os US$ 255,4 bilhões vistos um ano antes. O total de operações também caiu de 974 mil para 821 mil de um ano para o outro.

A quantidade de empresas habilitadas pelo BC para fazer comercialização com a divisa, que havia aumentado de 180 para 185 de 2013 para 2014, foi mantida no ano passado.

No ano passado, as operações do mercado primário (US$ 1,416 trilhão) ficaram levemente maiores do que as do mercado interbancário (US$ 1,380 trilhão).

O mercado primário, também conhecido como mercado de varejo, é formado pelas negociações feitas por governos, empresas ou famílias diretamente com o exterior.

As informações que são capturadas nessas operações geralmente constam do balanço de pagamentos, que o Banco Central detalha todo final de mês. Já o mercado secundário é composto por transações feitas entre instituições financeiras.

Fazem parte dessas operações, os registros de contratos de arbitragem fechados no Brasil e no exterior bem como as operações realizadas diretamente com o Banco Central.

No mercado interbancário, as compras somaram US$ 689,770 bilhões e as vendas, US$ 689,863 bilhões. Já no primário, as exportações foram responsáveis pela movimentação de US$ 183,880 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 155,630 bilhões.

As transferências do exterior atingiram um total de US$ 528,447 bilhões e as para o exterior, US$ 548,247 bilhões. Nessa lista atualizada nesta segunda-feira, 11, pelo BC, a autarquia subiu da 19ª para a 16ª colocação.

Conforme dois operadores de mercado consultados pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, segunda queda seguida de volume dos negócios não era esperada, apesar da expectativa de que haveria muita volatilidade ao longo de 2015.

Se por um lado a queda dos preços das commodities influenciou negativamente o mercado, por outro, os primeiros sinais de recuperação da economia americana se tornaram uma luz no fim do túnel.

Apesar de muitos agentes terem procurado hedge no mercado depois que o BC deu fim, em março de 2015, ao programa de ração diária de swaps cambiais, essa busca não foi suficiente para elevar o volume do ano.

A alta volatilidade também pressupõe um aumento dos negócios, segundo os especialistas, justamente por causa das projeções.

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