Exposição do "Museu do Capitalismo" em Oakland, na Califórnia (MOC/Divulgação)
João Pedro Caleiro
Publicado em 29 de julho de 2017 às 08h00.
Última atualização em 29 de julho de 2017 às 08h00.
São Paulo - São Francisco, na Califórnia, é um dos principais centros do capitalismo global.
Do outro lado da ponte fica Oakland, onde foi aberta no último dia 17 de junho a primeira exposição temporária do "Museu do Capitalismo".
Ele é o primeiro da sua natureza nos Estados Unidos e é dedicado a "educar futuras gerações sobre a ideologia, história e legado do capitalismo" através de uma programação não-tradicional.
O museu foi fundado em 2015 e será itinerante, e a exposição atual conta com obras de mais de 50 artistas.
Segundo o site Quartz, uma das instalações convida o visitante a correr em uma esteira enquanto assiste a um vídeo de tecidos sendo costurados em uma fábrica.
Outra emite moedas de um centavo no mesmo ritmo do salário mínimo americano. Há uma obra de bandeiras com as logomarcas de bancos que fecharam após a crise financeira de 2008.
Há também artefatos doados e emprestados de pessoas ao redor do mundo para representar as facetas do capitalismo e suas interações com "classe, raça e meio ambiente".
O dinheiro do projeto veio da Emily Hall Tremaine Foundation, que leva o nome da colecionadora falecida que fora casada com o fundador de uma empresa que se tornaria parte da General Electric.
Como se vê, as contradições capitalistas aparecem até em um espaço que pretende abordar o sistema como algo do passado.
A ironia não é ignorada pelos seus criadores, como prova a lojinha anunciada como a "recriação de uma loja de museu do século XXI".
A exposição vai até o dia 20 de agosto e tem entrada gratuita. O Museu segue na busca por novos artefatos do capitalismo e por outros locais de exibição.
“Isso é apenas o começo. A época é propícia para olhar de perto para o capitalismo, e esse museu pode nos ajudar a fazer exatamente isso", diz um dos curadores no material da instituição.