Economia

Vitória de Trump obriga a repensar a globalização, admite FMI

"Os efeitos negativos do comércio internacional devem ser levados em conta em favor daqueles que se sentem abandonados", declarou o FMI

Trump: Trump ganhou as eleições presidenciais denunciando os grandes acordos de livre-comércio assinados pelos Estados Unidos (Getty Images)

Trump: Trump ganhou as eleições presidenciais denunciando os grandes acordos de livre-comércio assinados pelos Estados Unidos (Getty Images)

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AFP

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 17h17.

A vitória de Donald Trump, que baseou sua campanha em um programa protecionista, gera uma obrigação de se pensar mais sobre os "efeitos negativos" da globalização e do comércio internacional, afirmou nesta quinta-feira o Fundo Monetário Internacional.

"Os efeitos negativos do comércio internacional devem ser levados em conta em favor daqueles que se sentem abandonados", declarou o porta-voz do FMI Gerry Rice e acrescentou que "todos" deveriam se beneficiar da globalização.

O candidato republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais denunciando os grandes acordos de livre-comércio assinados pelos Estados Unidos, considerados os culpados pelos deslocamentos de empregos para o exterior e pela desindustrialização.

"Devemos contar com mais medidas para ajudar a atenuar os efeitos negativos e responder às inquietudes daqueles que se sentem à margem", acrescentou Rice.

Tradicionalmente, o FMI foi um ferrenho defensor da queda das fronteiras comerciais e da liberalização do comércio, embora recentemente tenha se visto obrigado a repensar as falhas da globalização, sobretudo após o voto britânico a favor da saída da União Europeia.

Rice recusou-se, entretanto, a especular sobre como será o governo Trump em relação ao FMI, organismo cujo o maior acionista são os Estados Unidos.

"O FMI está pronto para trabalhar com a próxima administração americana para enfrentar os desafios da economia americana e mundial", acrescentou o porta-voz.

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