Joe Biden, em campanha no estado da Carolina do Sul: para o Citigroup, vitória do democrata traria melhoria nas relações com a América Latina (Sean Rayford/Getty Images)
Fabiane Stefano
Publicado em 29 de outubro de 2020 às 22h05.
Uma vitória de Joe Biden na eleição presidencial dos Estados Unidos seria positiva para o fluxo de remessas para a América Latina e melhoraria as relações políticas e comerciais, de acordo com o Citigroup.
Segundo economistas liderados por Ernesto Revilla, as relações dos EUA com a região melhorariam em “múltiplas dimensões”, já que o candidato democrata favorece o livre comércio e mais engajamento na economia global. Sua tendência a ampliar os gastos fiscais também seria positiva, especialmente se isso resultar em um dólar mais fraco.
“Mudanças nas políticas dos EUA serão muito importantes para a América Latina”, escreveram economistas em relatório. “Vale lembrar que, como vice-presidente, foi Biden quem liderou a política dos EUA em relação à América Latina em uma ampla gama de questões.”
As remessas com origem nos EUA podem melhorar com Biden, já que o governo estaria menos interessado em reprimir a migração ilegal, disse o Citi. Um grande pacote fiscal, que é mais provável do que sob um governo Trump, também seria positivo para remessas.
O México, o Caribe e a América Central seriam os que mais se beneficiariam com o melhor cenário para as remessas e comércio, bem como com o crescimento mais forte dos EUA, disseram economistas do Citi.
Mesmo que uma vitória de Biden possa ser considerada ruim para alguns presidentes latino-americanos com bom relacionamento pessoal com o presidente Trump, como o mexicano Andrés Manuel López Obrador e Jair Bolsonaro, o Citi disse não acreditar que isso signifique automaticamente que um governo democrata seria uma má notícia para seus países.