Economia

Vinicultores chilenos contestam plano brasileiro

Para os chilenos, a aplicação de salvaguardas pelo Brasil seria uma "arbitrária ante os acordos comerciais vigentes entre os dois países"

A participação dos vinhos chilenos no mercado brasileiro chega a 32% em valor e a 36% em volume (Alexandre Jaeger Vendruscolo/Stock.Xchng)

A participação dos vinhos chilenos no mercado brasileiro chega a 32% em valor e a 36% em volume (Alexandre Jaeger Vendruscolo/Stock.Xchng)

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Da Redação

Publicado em 22 de março de 2012 às 17h36.

Santiago do Chile - Os vinicultores chilenos manifestaram nesta quinta-feira sua preocupação com o plano do governo brasileiro de aplicar salvaguardas às importações de vinhos, anunciado pela presidente Dilma Rousseff em fevereiro.

O assunto deveria ser uma prioridade para o governo, afirmou em entrevista coletiva Mario Silva, vice-presidente da associação Vinhos do Chile, que agrupa os exportadores do setor. Segundo ele, a aplicação de salvaguardas por parte do Brasil seria uma medida arbitrária ante os acordos comerciais vigentes entre os dois países.

Mario Silva destacou que a aplicação de salvaguardas representaria para os exportadores chilenos uma perda aproximada de US$ 18 milhões neste ano, número que aumentaria para entre US$ 40 milhões e US$ 50 milhões até 2020.

Segundo números da associação, as exportações de vinhos engarrafados chilenos ao Brasil somaram no ano passado US$ 89 milhões e 3 milhões de caixas de nove litros, com altas de 26,5% em valor e de 13,2% em volume em comparação com 2010. O preço médio no mercado brasileiro foi de US$ 28,98 por caixa (de nove litros), 11,8% a mais que no ano anterior.

A participação dos vinhos chilenos no mercado brasileiro chega a 32% em valor e a 36% em volume.

Mario Silva ressaltou que a associação se reuniu na quarta-feira com representantes dos produtores e que, em conjunto, decidiram contratar advogados no Brasil para defender o setor chileno no processo de salvaguardas aberto no Departamento de Defesa Comercial (Decom).

Segundo o dirigente empresarial, os acordos comerciais vigentes entre Chile e Brasil não permitem a aplicação de sobretaxas tarifárias. Por isso, a salvaguarda se concretizaria por meio da atribuição de cotas.

A entidade chilena não descartou recorrer a instâncias internacionais caso o Brasil concretize a medida, o que ocorreria em um prazo de sete meses. Os vinicultores chilenos insistiram em pedir ao governo de Santiago que transforme o tema em 'prioridade para o país'. 

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