Economia

Viagem puxou IPC para o alto na 3ª quadrissemana

Depois de Alimentação (30,27%), o grupo ficou com a segunda maior participação, de 28,46%, no IPC, que subiu 0,64% (de 0,70% antes)


	Prateleira do Carrefour: Nesta terça-feira, Costa Lima revisou para baixo sua projeção para o IPC no fechamento de novembro, de 0,67% para 0,65%
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Prateleira do Carrefour: Nesta terça-feira, Costa Lima revisou para baixo sua projeção para o IPC no fechamento de novembro, de 0,67% para 0,65% (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 27 de novembro de 2012 às 14h20.

São Paulo - O aumento nos preços das passagens aéreas e de pacotes de viagem entre a segunda e a terceira quadrissemanas de novembro foram os principais itens a empurrar o grupo Despesas Pessoais para cima no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Depois de Alimentação (30,27%), o grupo ficou com a segunda maior participação, de 28,46%, no IPC, que subiu 0,64% (de 0,70% antes). A tendência, disse o coordenador do indicador, Rafael Costa Lima, em entrevista à Agência Estado, é que esse conjunto de preços continue pressionando a inflação nos próximos meses, puxado pela sazonalidade.

De acordo com a Fipe, as tarifas de avião subiram 7,98% na terceira leitura do mês, ante 5,24% na segunda. Já o item Viagem (excursão) teve inflação de 5,80%, depois de um aumento de 4,89% anteriormente. "Reflete o fim da baixa temporada, mas também tem um outro fator que pode fazer com que essa alta seja mantida, que é o aumento recente do preço do querosene. Viagem é o grande vilão da inflação", disse, acrescentando que prevê uma elevação de 1,60% em Despesas Pessoais no fechamento do mês, após taxa de 1,55% na terceira quadrissemana.

Costa Lima acrescentou, ainda, que outros produtos, como bebidas não alcoólicas (1,65%) e as com álcool (1,82%) também ajudaram a elevar o grupo na terceira medição do mês. Como mostrou a Fipe, a cerveja subiu 2,39%, enquanto o refrigerante avançou 2,35% no período em análise. Na avaliação do economista, o movimento pode estar ligado à valorização do milho nos últimos meses no mercado internacional, já que o produto é usado na mistura da cerveja.


Apesar de ter contribuído menos em comparação a Despesas Pessoais, o grupo Vestuário, com 11,76% de participação no IPC de 0,64%, teve a segunda maior variação, de 1,45%, na terceira medição do mês. O aumento, segundo o economista, está associado basicamente à entrada da nova coleção com a demanda maior de fim de ano. "O movimento é generalizado. Houve alta de todos os itens que fazem parte do grupo, inclusive roupa infantil que tinha recuado na segunda quadrissemana (-0,07%)", contou. Na terceira leitura do mês, os preços de artigos de criança subiram 0,36%. Para o fechamento do mês, a expectativa da Fipe é de que o grupo Vestuário tenha uma elevação de 1,90%.

Já em Habitação, que desacelerou a 0,37%, após 0,42% na segunda quadrissemana, Costa Lima espera que o grupo exerça menor pressão no IPC do final do mês. Segundo o economista, os reflexos do reajuste de 5,15% na conta de água e esgoto, promovido em meados de setembro pela Sabesp, estão diminuindo. Na terceira leitura de novembro, os preços da água e esgoto avançaram, 2,20%, de 3,32% na segunda medição. A expectativa é que o aumento tenha impacto no índice cheio até o começo de dezembro, mas a magnitude será cada vez mais baixa.

"Ainda tem a contribuição de energia elétrica (ainda que menor)", disse, referindo-se à incidência do PIS/Cofins determinada recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas tarifas da Eletropaulo, que ajudou no arrefecimento do grupo Habitação. De acordo com a Fipe, energia elétrica cedeu 0,48%, depois de uma queda de 0,72% anteriormente.

Nesta terça-feira, Costa Lima revisou para baixo sua projeção para o IPC no fechamento de novembro, de 0,67% para 0,65%. A expectativa para o fim de 2012, no entanto, ficou mantida em 5,00%. Ao avaliar o IPC de 0,64% na terceira quadrissemana, taxa menor do que a estimada pelo economista (0,67%), ele disse que não contava com uma redução tão forte na inflação dos alimentos, que ficou em 0,85%. O profissional previa uma alta de 1,04% no grupo Alimentação na terceira medição do mês.

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