Economia

Venezuela emitirá nota com valor mais alto do que o salário mínimo

Nova cédula multiplica por 100 a cédula atual de valor mais alto; segundo o FMI, a inflação no país chegou a 1.370.000% no ano passado

Venezuela: a nova nota de 50.000 supera o salário mínimo, de 40.000 bolívares, e dá para comprar cerca de dois quilos de carne (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

Venezuela: a nova nota de 50.000 supera o salário mínimo, de 40.000 bolívares, e dá para comprar cerca de dois quilos de carne (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de junho de 2019 às 17h59.

Última atualização em 12 de junho de 2019 às 18h02.

O Banco Central da Venezuela (BCV) emitirá uma nova cédula que multiplica por 100 a atual de mais alto valor, é o que informou o organismo nesta quarta-feira (12), em um novo reconhecimento da descontrolada espiral inflacionária.

Segundo o BCV, a partir de quinta (13) circularão novas cédulas de 10.000, 20.000 e 50.000 bolívares. Esta última passa a ser a de maior valor, frente aos de 500, e equivale a 8,10 dólares.

A nova nota de 50.000 supera o salário mínimo, de 40.000 bolívares (6,50 dólares), e dá para comprar cerca de dois quilos de carne. A nota de 500 bolívares não dá nem para comprar um ovo, que custa 900.

As novas cédulas integram o novo plano monetário que entrou em vigor no dia 20 de agosto, com cinco zeros a menos.

A incorporação das novas cédulas buscam "tornar mais eficiente o sistema de pagamentos e facilitar as transações comerciais", informou o BCV em um comunicado, indicando que serão emitidas "paulatinamente".

 

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), a inflação chegou a 1.370.000% no ano passado e deve alcançar os 10.000.000% em 2019.

A medida é anunciada depois que, em 29 de maio, o BCV rompeu o silêncio estatístico de três anos para revelar a inflação de 2018 e que o PIB caiu à metade desde 2013, quando o presidente Nicolás Maduro assumiu o poder.

A Venezuela atravessa a pior crise de sua história recente, com escassez de produtos básicos e uma queda de sua vital produção de petróleo de 3,2 milhões de barris diários para cerca de um milhão na última década.

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