Venezuela: a inflação na Venezuela é considerada pelo governo Maduro um problema induzido por uma "guerra econômica" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de agosto de 2017 às 16h16.
Caracas - A inflação acumulada na Venezuela até julho deste ano alcançou 249%, informou nesta quarta-feira o parlamento do país, de maioria opositora, que durante 2017 tem se encarregado de informar sobre este dado na ausência da informação do Banco Central (BCV).
"Temos uma inflação acumulada neste ano de 249%, isso é o que está acontecendo na Venezuela no dia de hoje. Não há aumento de salário que possa cobrir esta situação", disse o deputado Rafael Guzmán durante uma sessão do Legislativo, onde também detalhou que a inflação de julho foi de 26%.
Devido ao fato de o BCV estar há mais de um ano sem divulgar a inflação e outros indicadores do país, a Assembleia Nacional venezuelana decidiu em janeiro que informaria o índice de preços ao consumidor para assim oferecer mensalmente dados sobre a economia, explicou então o parlamento através de um relatório.
"Para isso se definiu uma cesta de bens e serviços representativos do consumo do venezuelano, de acordo com a informação subministrada pela IV Pesquisa de Orçamentos Familiares realizada pelo INE (Instituto Nacional de Estatísticas)", destacou esse relatório.
A inflação na Venezuela, que segundo o BCV fechou 2015 em 180,9%, é considerada pelo governo de Nicolás Maduro um problema induzido por uma "guerra econômica", pela qual culpam empresários e opositores e à qual atribuem a grave crise que assola a nação caribenha.
O Banco Central guardou silêncio desde 2016 sobre as cifras oficiais de inflação, do Produto Interno Bruto (PIB) e de escassez no país.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) apontou que a inflação seguirá descontrolada na Venezuela e prevê que ficará em 720% este ano e até 2.000% em 2018.