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Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2010 às 15h08.
Washington - As vendas no varejo dos Estados Unidos cresceram mais do que o esperado em março, indicando a ampliação da recuperação econômica liderada pelo setor manufatureiro, com as pressões inflacionárias continuando controladas.
Os dados sobre as vendas no varejo dos EUA divulgados nesta quarta-feira sugerem um desafio do consumidor às altas taxas de desemprego e ao acesso limitado ao crédito, e também foram o mais recente indício do fortalecimento da demanda doméstica.
"O consumo voltou forte, provavelmente por causa da demanda mais alta após uma dura limitação, e agora nós precisamos de geração de empregos e crescimento de renda para sustentar a força, porque o acesso a crédito ainda continuará sendo modesto", disse Peter Boockvar, estrategista de ações da Miller Tabak & Co. em Nova York.
Segundo o Departamento de Comércio, as vendas subiram 1,6 por cento, maior alta desde novembro, ante um aumento revisado para cima de 0,5 por cento em fevereiro. O dado de fevereiro, antes da revisão, mostrava alta de 0,3 por cento.
Analistas ouvidos pela Reuters esperavam que as vendas no varejo tivessem crescido 1,2 por cento em março. Ante o mesmo mês do ano anterior, o aumento foi de 7,6 por cento.
Separadamente, o Departamento do Trabalho informou que os preços ao consumidor norte-americano subiram 0,1 por cento no mês passado, em linha com a previsão do mercado para uma leitura modesta e dando espaço ao Federal Reserve para manter as taxas de juros baixíssimas.
A crescente confiança na recuperação, melhorando particularmente as perspectivas para o mercado de trabalho, está incentivando o consumidor a pôr a mão no bolso e financiar a compra de bens, incluindo de artigos de luxo.
O fortalecimento da demanda doméstica está fazendo com que as empresas comecem a reestocar. Os estoques empresariais nos EUA aumentaram 0,5 por cento em fevereiro, maior taxa desde julho de 2008, e atingiram o maior patamar em sete meses, disse o Departamento do Comércio em um segundo relatório.
Apesar dos indícios de fortalecimento da recuperação econômica do país, o chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, continua cauteloso.
"Restrições significativas ao ritmo da recuperação permanecem, como a fraqueza na construção residencial e fora do setor residencial e a fraca condição fiscal de muitos estados e governos locais", disse Bernanke em depoimento ao Congresso norte-americano.