Economia

Vendas no varejo dos EUA caem, auxílio-desemprego sobe

WASHINGTON (Reuters) - Os consumidores norte-americanos cortaram os gastos de Natal e mais pessoas entraram com pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, gerando novas dúvidas sobre a sustentação da recuperação econômica assim que os estímulos do governo forem retirados.   O Departamento de Comércio informou nesta quinta-feira que as vendas no varejo caíram 0,3 por […]

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2010 às 15h39.

WASHINGTON (Reuters) - Os consumidores norte-americanos cortaram os gastos de Natal e mais pessoas entraram com pedidos de auxílio-desemprego na semana passada, gerando novas dúvidas sobre a sustentação da recuperação econômica assim que os estímulos do governo forem retirados.

O Departamento de Comércio informou nesta quinta-feira que as vendas no varejo caíram 0,3 por cento no mês passado, o primeiro declínio em três meses, com os consumidores gastando menos em automóveis e em uma série de outros produtos durante a temporada de compras de fim de ano.

As vendas de novembro foram revisadas para um crescimento de 1,8 por cento e as de outubro também foram elevadas um pouco. Os mercados financeiros esperavam que as vendas no varejo avançassem 0,5 por cento em dezembro.

Em outro relatório, o Departamento de Trabalho mostrou que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego subiram para 444 mil na semana passada, acima dos 437 mil pedidos estimados por analistas ouvidos pela Reuters.

O presidente norte-americano, Barack Obama, enfrenta pressão para encontrar novas maneiras de incentivar a criação de empregos e o crescimento econômico, depois que o pacote de estímulo começar a ser reduzido e que o Federal Reserve retirar seus programas de empréstimo emergencial e compras de ativos.

"Os consumidores poderão assumir o papel do governo e repor a demanda que foi tão incentivada com o estímulo do governo? Se o consumidor não puder fazer isso, haverá riscos significativos à recuperação global", disse Boris Schlossberg, diretor de pesquisa do GFT Forex, em Nova York.

Apesar de as vendas de dezembro terem decepcionado, economistas disseram que as revisões para cima dos meses anteriores alimentaram expectativas de que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 4 por cento ou mais nos últimos três meses do ano, em termos anualizados.

Para o Fed, que prometeu manter a taxa básica de juros perto de zero por um período longo, os últimos números mostram que tanto a demanda do consumidor quanto o mercado de trabalho ainda enfrentam uma pressão considerável.

 

Outro relatório do Departamento de Trabalho mostrou que os preços de importados se mantiveram estáveis em dezembro, indicando inflação controlada e dando mais incentivos ao Fed para manter o juro.

ANO DIFÍCIL

As vendas subiram 5,4 por cento em relação a dezembro de 2008, mas caíram 6,2 por cento em 2009 como um todo. As vendas de veículos foram 0,8 por cento menores em dezembro ante o mês anterior, enquanto as vendas em lojas de eletrônicos e eletrodomésticos caíram 2,6 por cento.

Outro relatório do Departamento de Comércio, no entanto, favoreceu a opinião de que o crescimento econômico acelerou no quarto trimestre. Os estoques empresariais cresceram 0,4 por cento após alta de também 0,4 por cento em outubro.

Economistas ouvidos pela Reuters esperavam aumento de 0,2 por cento. Os estoques são um componente crítico das mudanças do PIB ao longo do ciclo empresarial.

Os altos níveis de desemprego continuam sendo o pior obstáculo à recuperação da pior depressão econômica desde os anos 1930. A preocupação com o emprego deve restringir os gastos do consumidor, que normalmente representa mais de dois terços da atividade econômica.

Mas o mercado de trabalho está mostrando alguns sinais de melhora. A média quadrissemanal dos pedidos de auxílio-desemprego, que exclui as variações semanais, caiu pela 19a semana consecutiva, para 440.750 --esse foi o nível mais baixo em quase um ano e meio.

Excluindo-se os veículos motorizados e suas peças, as vendas no varejo caíram 0,2 por cento em dezembro, o maior declínio desde julho, após subir 1,9 por cento no mês anterior. Economistas esperavam um aumento de 0,3 por cento.

O setor imobiliário dos EUA ainda está sofrendo com a recessão econômica. O país terminou 2009 com número recorde de execução de hipotecas e deve ter um novo recorde neste ano, de acordo com dados da RealtyTrac.

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