Economia

Varejo recua em dezembro após 7 meses de alta; avanço anual decepciona

As vendas varejistas encerraram 2019 com ganho de 1,8%, o ritmo mais fraco em três anos seguidos de altas

Varejo: vendas no varejo brasileiro recuaram 0,1% em dezembro (Mario Tama/Getty Images)

Varejo: vendas no varejo brasileiro recuaram 0,1% em dezembro (Mario Tama/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 09h20.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2020 às 14h34.

São Paulo — O varejo brasileiro terminou 2019 com crescimento pelo terceiro ano seguido, mesmo depois de as vendas arrefecerem em dezembro, interrompendo sete meses seguidos de alta.

O aumento das vendas no ano passado, porém, foi o mais fraco do triênio.

Em dezembro, o volume de vendas no varejo caiu 0,1% na comparação com novembro, primeira queda na base mensal desde maio.

Em relação a dezembro de 2018, as vendas tiveram avanço de 2,6%, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Os resultados foram mais fracos do que as expectativas em pesquisa da Reuters, de alta de 0,2% na comparação mensal e de 3,5% sobre um ano antes.

Com isso, as vendas varejistas encerraram 2019 com ganho de 1,8%, o ritmo mais fraco em três anos seguidos de altas --2,3% em 2018 e 2,1% em 2017.

O varejo foi mostrando impulso ao longo de 2019, mas perdeu força no final do ano. Começou com estabilidade no primeiro trimestre e cresceu 0,2% no segundo e 1,6% no terceiro. Mas desacelerou o ritmo nos últimos três meses do ano, com alta de 1,2%.

O movimento reflete um ambiente mas propício ao consumo com inflação baixa, melhora da atividade econômica e mais pessoas no mercado de trabalho, embora o ritmo ainda deva ganhar mais força.

O IBGE explicou que, em 2019, sete das oito atividades analisadas tiveram resultados positivos. A única queda foi apresentada por Livros, jornais, revista e papelaria, de 20,7%.

Entre as altas, o destaque foi Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria, com ganho de 6,8% sobre 2018. Outros artigos de uso pessoal e doméstico tiveram aumento das vendas de 6,0%, enquanto Móveis e eletrodomésticos subiram 3,6%.

As vendas de Supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com importante peso sobre o bolso do consumidor, aumentaram apenas 0,4%.

Em dezembro ante novembro, as quedas mais significativas aconteceram em Supermercados (-1,2%), Artigos farmacêuticos(-2,0%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,0%). Apenas dois setores tiveram aumento nas vendas no período: Móveis e eletrodomésticos (3,4%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (11,6%).

No varejo ampliado, que inclui veículos e material de construção, as vendas caíram 0,8% em dezembro na comparação com novembro, mas encerraram 2019 com aumento de 3,9%. Veículos e motos, partes e peças tiveram alta de 10% nas vendas no ano passado, enquanto as de Material de construção subiram 4,3%.

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