Varejo (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 09h15.
Última atualização em 15 de janeiro de 2021 às 10h50.
O varejo brasileiro ficou estável em novembro e interrompeu as altas seguidas dos meses anteriores. As vendas no varejo recuaram 0,1% em novembro na comparação com o mês anterior, segundo os números divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mesmo em mês de Black Friday, a alta ficou abaixo da expectativa dos analistas em pesquisa da Reuters, que apontavam alta de 0,40% na comparação mensal.
Em relação ao ano anterior, as vendas subiram 3,4% sobre um ano antes, também abaixo dos 4,9% de consenso na pesquisa da Reuters.
Novembro marca o primeiro recuo do índice de varejo após seis meses de altas. "Assim, o setor varejista que já havia retornado ao seu patamar pré-pandemia, começa a se estabilizar", escrevem os analistas do BTG Pactual em relatório a clientes. "Levando em consideração o ano conturbado que a economia teve, o setor se sobressaiu e apresentou uma recuperação impressionante."
As vendas no varejo brasileiro tiveram os piores meses em abril e março no começo da pandemia, mas se recuperaram desde então e se tornaram um dos destaques no ano passado, puxadas pelo pagamento do auxílio emergencial.
Uma dúvida para 2021, que tem em janeiro o primeiro mês sem auxílio, será averiguar se o crescimento ou manutenção do consumo se mantém, capaz de ser um dos pilares da recuperação econômica brasileira.
Já o varejo ampliado (que inclui veículos e materiais de construção) em novembro subiu 0,6%, e 4,1% ante o mesmo período de 2019. A comercialização de veículos foi o destaque, subindo 3,5% em novembro, enquanto materiais de construção caíram 0,8%.
Das oito atividades na Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, cinco tiveram aumento de vendas. As que mais subiram foram livros, jornais, revistas e papelaria (5,6% ante o mês anterior), tecidos, vestuário e calçados (3,6%) e material para escritório, informática e comunicação (3%). Apesar da alta, essas três categorias têm perda acumulada de mais de 10% nos últimos 12 meses até novembro.
Já a área que mais caiu em novembro foi supermercados e hipermercados (-2,2%). A categoria acumula alta no ano, de 5,2%.
(Com Reuters)