Segundo a Fecomercio, as vendas neste mês no país devem somar R$ 122,4 bilhões (Creative Commons)
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2011 às 14h38.
São Paulo - O desaquecimento da economia doméstica ficou para trás e pelo menos pelo lado do consumo a atividade deve ser forte neste final de ano, prenunciando um ano positivo em 2012, segundo a Fecomercio.
"Os números do PIB divulgados ontem (terça-feira) mostram a realidade até setembro, mas estão levando a conclusões precipitadas", disse a jornalistas nesta quarta-feira o diretor-executivo da entidade, Antonio Carlos Borges.
Segundo a Fecomercio, as vendas neste mês no país devem somar 122,4 bilhões de reais, aumento real de 6 por cento sobre dezembro de 2010, já incluindo os efeitos das medidas anunciadas pelo governo para incentivar o consumo.
Com base num cenário de contínua expansão da renda das famílias e manutenção dos níveis de desemprego, aumento do salário mínimo e efeitos do recente ciclo de queda da Selic, a Fecomercio prevê que as vendas no comercio varejista no Brasil crescerão 5 por cento em 2012, já descontada a inflação, para 1,27 trilhão de reais.
Na terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o PIB teve crescimento zero de julho a setembro na comparação com os três meses anteriores, e o consumo das famílias teve a primeira queda em quase três anos.
Para Borges, esses números refletiram a combinação de alta dos juros no começo do ano e medidas macroprudenciais para arrefecer a expansão do crédito no fim de 2010, ambas iniciativas consideradas desnecessárias pela Fecomercio.
"Agora temos um cenário oposto, com queda dos juros, que deve ter efeito mais à frente", disse. "A diferença é que o ano que vem deve começar devagar e acelerar no segundo semestre", ponderou.
Segundo ele, os eventuais desdobramentos da crise europeia sobre a economia doméstica devem ser moderados, atingindo o Brasil apenas pelo canal das exportações.
Para a Fecomercio, em São Paulo um elemento que contribui para o cenário positivo para o próximo ano é a queda na inadimplência. A pesquisa da entidade apontou que em novembro o número de famílias com contas atrasadas foi de 8 por cento, o menor nível desde fevereiro de 2004.
Mas no mês passado, o Banco Central informou que a inadimplência do sistema financeiro subiu para 5,5 por cento em outubro, para o maior nível em quase dois anos. Para a Fecomercio, a diferença entre os índices é momentânea e a tendência dos calotes é de queda.