Rio de Janeiro - As vendas de veículos novos no Brasil em fevereiro se limitaram a 185.961 unidades, uma queda de 28,3% em relação a janeiro (259.325) e de 26,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado (253.801), informou nesta terça-feira a Federação Nacional de Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave).

Com o resultado ruim de fevereiro, a comercialização de automóveis, utilitários, caminhões e ônibus no Brasil no primeiro bimestre deste ano foi de 439.762 unidades, uma queda de 23,1% frente ao mesmo período de 2014, segundo a Fenabrave.

Se for levado em conta apenas as vendas de automóveis e utilitários, as vendas caíram 26,68% entre janeiro e fevereiro, até 178.822 unidades, e 27,87% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

As vendas de caminhões e ônibus encolheram 27,93% frente a janeiro e em 46,81% em relação a fevereiro de 2014, até 7.139 unidades.

As vendas de fevereiro foram as piores para um mês desde novembro de 2008, segundo as estatísticas da Fenabrave.

A queda das vendas em fevereiro e no primeiro bimestre do ano obrigou o organismo a revisar suas projeções para este ano e admitir que espera uma queda de 10% na comercialização de automóveis, até 2,996 milhões de unidades.

A Fenabrave atribuiu a queda das vendas à decisão do governo de suspender as reduções de impostos que tinha concedido ao setor automotor para ajudá-lo a enfrentar a atual crise.

Outros fatores foram o encarecimento do crédito para o consumidor e as restrições aos empréstimos e ao mercado provocados pelo ajuste fiscal iniciado pelo governo para sanear as contas públicas do país.

Os dados sobre as vendas de automóveis se somam a outros índices negativos para o primeiro bimestre do ano no Brasil, como a queda da produção industrial, do emprego e das vendas do comércio, e reforçam as projeções negativas para 2015.

Segundo o Boletim Focus, pesquisa semanal divulgada pelo Banco Central, os analistas do mercado preveem que a economia sofrerá em 2015 um encolhimento de 0,58%, o pior resultado dos últimos 25 anos.

Em 1990, a economia sofreu uma queda de 4,35%. Os outros dois piores resultados foram os de 2009 (-0,33%) e 1992 (-0,54%).