Economia

Vendas de supermercados devem desacelerar alta a partir de maio

Medidas do governo para controle da inflação devem afetar vendas nos próximos meses

Resultado de abril foi puxado pelas vendas de bebidas alcoólicas, que aumentaram 8,4% no período, e de perecíveis, que tiveram alta de 7,8% (Mário Rodrigues)

Resultado de abril foi puxado pelas vendas de bebidas alcoólicas, que aumentaram 8,4% no período, e de perecíveis, que tiveram alta de 7,8% (Mário Rodrigues)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2011 às 13h49.

São Paulo - A comemoração da Páscoa em abril este ano fez as vendas dos supermercados brasileiros dispararem no mês passado em relação ao mesmo período do ano passado, superando o esperado pelo próprio setor.

Em abril, as vendas reais do setor supermercadista cresceram 13,6 por cento na comparação com igual mês em 2010, divulgou nesta quarta-feira a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Já em relação a março deste ano, houve alta de 7,17 por cento.

A Páscoa, segunda melhor data de vendas para o setor após o Natal, havia sido comemorada em março no ano passado.

"Abril superou nossa expectativa de vendas e a Páscoa colaborou. As vendas foram ótimas", resumiu o presidente da Abras, Sussumu Honda.

Favorecidas pelo desempenho no mês passado, as vendas nos supermercados de janeiro a abril registraram expansão de 5,5 por cento sobre igual etapa em 2010.

O cenário, contudo, não deve se manter tão forte nos próximos meses, segundo Honda. Ele mencionou o efeito das medidas macroprudenciais adotadas pelo governo como um dos responsáveis por reduzir o ritmo de alta das vendas até o fim do ano.

A partir de maio as vendas devem retomar um ritmo menor de crescimento, ainda que dentro da expectativa da entidade. Nesse quadro, o setor atingiria a previsão da Abras de expansão de 4 por cento nas vendas no fechado de 2011.

A entidade apresentou também os dados da cesta AbrasMercado, composta por 35 produtos e calculada pela GfK, que em abril aumentou 1,05 por cento sobre o mês imediatamente anterior. Na comparação anual, o valor da cesta subiu 7,59 por cento, atingindo 300,52 reais no mês passado.

Os produtos com maiores altas em abril sobre março foram batata (alta de 28,04 por cento), cebola (+14,73 por cento) e feijão (+5,27 por cento), enquanto as maiores quedas foram tomate (-14,63 por cento), açúcar (-2,24 por cento) e farinha de mandioca (-1,70 por cento).

Vendas em volume crescem

A Abras informou ainda, em parceria com a Nielsen, que entre janeiro e abril as vendas medidas em volume cresceram 3,7 por cento em relação ao mesmo período de 2010.


O resultado foi puxado pelas vendas de bebidas alcoólicas, que aumentaram 8,4 por cento no período, e de perecíveis, que tiveram alta de 7,8 por cento.

Os dados de volume registraram forte desaceleração ante o resultado do ano passado quando, no primeiro quadrimestre, o avanço havia sido de 7,2 por cento.

Segundo Honda, a queda no nível de crescimento ocorreu pela combinação entre mudança no padrão de consumo e base de comparação anual muito elevada.

Dentro da cesta de bebidas alcoólicas, as vendas de cerveja tiveram crescimento menor sobre o visto um ano antes, de 6,4 por cento contra 19,2 por cento. Por outro lado, as de vinho dispararam 29 por cento nos quatro primeiros meses de 2011.

Acompanhe tudo sobre:ComércioVarejoVendas

Mais de Economia

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo

Brasil será menos impactado por políticas do Trump, diz Campos Neto

OPINIÃO: Fim da linha