Rio - Com a desaceleração da economia brasileira, as vendas internas de produtos siderúrgicos seguem em queda livre.

Em maio, as vendas foram de 1,9 milhão de toneladas, volume 7,3% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Aço Brasil (IABr) obtidos com exclusividade pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

No acumulado do ano, as vendas amargam uma retração menor. Os números constatam um recuo de 2%, totalizando 9,170 milhões de toneladas de produtos comercializados ao longo dos primeiros cinco meses de 2014.

O pé no freio da economia brasileira já está no radar do setor há alguns meses.

Em abril, o presidente executivo do IABr, Marco Polo de Mello Lopes, revelou que o instituto já trabalhava com uma estimativa de crescimento do PIB menor do que os 2,2% iniciais.

A entidade pretendia fazer as novas contas considerando um crescimento da economia brasileira de 1,5% a 1,7%.

No cenário externo, o setor também não encontra alento. A queda das exportações reflete o grande excedente de aço no mundo, calculado atualmente em cerca de 600 milhões de toneladas.

De acordo com os dados do IABr, as exportações de produtos siderúrgicos somaram 544,9 mil toneladas em maio, um declínio de 10,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A queda mais acentuada foi na exportação de aços planos: 64,6%, para 50,5 mil toneladas.

No acumulado de janeiro a maio, a queda das exportações em volume é de 18%, com as vendas externas totalizando 3,190 milhões de toneladas de aço exportadas.

As exportações de maio renderam US$ 451,6 milhões, 11% menos que em maio de 2013.

No ano as exportações do setor somam US$ 2,398 bilhões, valor 7,9% inferior ao fechado no período de janeiro a maio do ano passado.

O cenário complexo do setor será debatido por seus principais executivos no 25º Congresso Brasileiro do Aço, que será realizado em 12 e 13 de agosto, no Complexo WTC, em São Paulo. Um dos temas será justamente "Desafios da Indústria do Aço".