Economia

Vendas de carros novos no 4º tri devem superar média do ano

A recuperação ocorreria motivada pelo crescimento da confiança de consumidores e empresários


	Carros: "A média do último trimestre vai ser maior em relação à média do ano até agora", afirmou o presidente da Anfavea
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Carros: "A média do último trimestre vai ser maior em relação à média do ano até agora", afirmou o presidente da Anfavea (Top Photo Corporation/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2016 às 16h33.

São Paulo - A indústria de veículos do Brasil espera um cenário de melhora nas vendas no último trimestre deste ano, que deve apresentar uma média de licenciamentos acima da verificada nos meses anteriores, afirmou o presidente da associação que representa o setor, Anfavea, nesta quinta-feira.

A recuperação ocorreria motivada pelo crescimento da confiança de consumidores e empresários, mas ainda não será suficiente para fazer as vendas em todo o ano entrarem em terreno positivo.

"A média do último trimestre vai ser maior em relação à média do ano até agora", afirmou o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a jornalistas, minimizando a queda de 13 por cento nas vendas de setembro na comparação com agosto, desempenho que reverteu um crescimento mensal nos licenciamentos que vinha ocorrendo todos os meses desde abril.

A média de vendas de veículos novos no primeiro trimestre deste ano foi de 160,4 mil unidades, que avançou para 167,4 mil no período seguinte. No terceiro trimestre, houve novo crescimento na média, para 175,1 mil.

"Setembro foi um ponto de atenção, mas houve uma série de fatores que prejudicaram", disse Megale.

Ele citou impacto da greve dos bancos, que trouxe problemas na concessão de financiamentos, além de problemas da Volkswagen com fornecedores, que fizeram a empresa parar a produção no mês passado.

"Esses fatos estão para serem superados (...) a gente espera chegar a um mercado acima de 200 mil (veículos por mês) ainda neste ano", disse Megale.

Em setembro, o setor vendeu 160 mil veículos novos, uma queda de 20 por cento sobre o mesmo período do ano passado. A produção recuou 4 por cento sobre agosto e 2,2 por cento sobre um ano antes, para 170,8 mil unidades.

Segundo o presidente da Anfavea, passadas as incertezas política geradas pelo impeachment de Dilma Rousseff, o setor agora aguarda os efeitos na renda e no nível de emprego, conforme a confiança de consumidores e investidores avança.

Megale afirmou que a indústria automotiva espera para os próximos meses um crescimento da produção para acima do nível de 200 mil veículos mensais, com montadoras optando por não renovarem adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE) do governo federal após encolherem a força de trabalho nos últimos meses.

"Ou as empresas estão ajustadas ou estão voltando a uma carga de trabalho mais normal, o que sinaliza que podem estar se preparando para uma retomada do mercado", disse o presidente da Anfavea.

Ele citou que o total de funcionários de montadoras afastados do trabalho em setembro era de 7.350, sensível queda ante os 26 mil que estavam em layoff ou sob o PPE em agosto.

No entanto, ele alertou que a entidade pode rever em breve a projeção de queda na produção de 2016 para um valor mais negativo do que a expectativa atual de recuo de 5,5 por cento. No ano até o final de setembro, o volume produzido tem retração de 18,5 por cento, a 1,55 milhão de veículos.

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