Economia

Vendas de carros importados disparam por causa do IPI maior

Consumidores correram às concessionárias para fechar negócios antes do repasse aos preços

Após antecipação de compras em setembro, vendas de importados devem cair (Germano Lüders/EXAME.com)

Após antecipação de compras em setembro, vendas de importados devem cair (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2011 às 16h10.

São Paulo – Um balanço da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) divulgado nesta sexta-feira comprovou o que já vinha sendo constatado nas concessionárias. Os consumidores aproveitaram os últimos dias sem o repasse da alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para concluir a aquisição de carros importados.

As vendas das importadoras filiadas à Abeiva cresceram 10,5% em setembro ante agosto, totalizando 22.569 veículos. Em relação ao mesmo período do ano passado, a expansão foi de 90,8%.

No acumulado de janeiro a setembro, as 27 associadas à entidade emplacaram 151.850 unidades, um crescimento de 108,9% em comparação com igual período de 2010. No total, elas representam um quarto dos carros importados pelo Brasil. Os outros 75% são de montadoras instaladas no país.

"Nossa expectativa para setembro era de ficar entre 16 mil e 18 mil unidades emplacadas, mas com o anúncio do Decreto 7.567 (alta do IPI) houve uma corrida às concessionárias, já que o estoque na rede de revenda estava garantido com preços sem o repasse de 30 pontos porcentuais do IPI", afirma José Luiz Gandini, presidente da Abeiva.

A entidade informa que até o final deste mês, a maioria dos carros importados deve sofrer o impacto do novo IPI. “Algumas empresas já anunciaram repasses parciais e gradativos de preços finais aos consumidores. Outras associadas ainda permanecem em negociação com os seus fornecedores e também com a rede autorizada de concessionárias, além de enxugar os próprios investimentos da importadora. De qualquer maneira, nossos volumes de vendas a partir deste mês tendem a cair, cujas projeções são de difícil previsibilidade”, argumenta Gandini.

O presidente da Abeiva ressalta que o futuro do setor é nebuloso. “Vamos tentar majorar com o menor porcentual possível, já pensando em 2013. Espero que não mudem as regras do jogo ao final de 2012, quando termina a validade do decreto.”

Nesta sexta-feira, o governo do Japão vai questionar na Organização Mundial do Comércio (OMC) a elevação do IPI adotada pelo Brasil.

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