Economia

Venda de veículos em junho cresce 3% sobre maio até dia 27

Resultado sinaliza encerrar o mês em queda, em meio a um período de turbulência social no país e forte base de comparação anual


	Homem observa carros em concessionária: resultado equivale a uma média de vendas por dia útil de 15.681 unidades
 (Wikimedia Commons)

Homem observa carros em concessionária: resultado equivale a uma média de vendas por dia útil de 15.681 unidades (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2013 às 14h55.

São Paulo - As vendas de veículos novos no Brasil em junho até a quinta-feira cresceram cerca de 3 por cento sobre as de mesmo período de maio e sinalizam encerrar o mês em queda na comparação com junho de 2012, em meio a um período de turbulência social no país e forte base de comparação anual.

Os licenciamentos de junho até dia 27 somaram 297.936 unidades de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante volume emplacado no mesmo período de maio de 289.305, informou uma fonte do setor.

O resultado equivale a uma média de vendas por dia útil de 15.681 unidades, ou 11 por cento abaixo da média diária de 17.660 veículos apurada em junho de 2012, primeiro mês cheio após o governo reduzir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do setor.

Apesar da queda na comparação anual, as vendas de junho mantêm média de mais de 15 mil veículos vendidos por dia útil desde abril.

Com base na média apurada até a quinta-feira, a indústria deve encerrar junho com vendas de 313,6 mil veículos, praticamente em linha com o resultado de 316,2 mil unidades licenciadas em maio e abaixo das 353,2 mil de junho de 2012.

No acumulado de janeiro até dia 27, a indústria registrou vendas de 1,78 milhão de veículos, um resultado cerca de 3 por cento acima do apurado sobre o primeiro semestre de 2012.

"Podemos chamar isso de ouro de tolo. O mercado está crescendo no acumulado até junho, porque a base de comparação é fraca. Se formos extrapolar para os próximos meses, o acumulado até agosto deve fechar com queda de 2,5 por cento (nas vendas de veículos leves)", disse o consultor da empresa de pesquisa de mercado Oikonomia, Raphael Galante.


"As manifestações (de rua que atingiram várias cidades do país em junho) até podem ter afetado alguma coisa, concessionárias nem abriram alguns dias, mas o que percebemos é que não está havendo muito crédito para compra de carro, caiu muito ante ano passado", acrescentou.

Segundo Galante, no primeiro trimestre, o volume de crédito para compra de veículos novos foi de 22,4 bilhões de reais, queda de 5 por cento sobre os 23,6 bilhões do mesmo período de 2012. Ele estima que as vendas de carros e comerciais leves no Brasil devem ficar entre estabilidade e queda de até 2 por cento sobre 2012.

Segmentos

Isoladamente, o segmento de carros e comerciais leves teve vendas de 283,4 mil unidades em junho até o dia 27, ante 275 mil no mesmo período de maio.

Já as vendas de caminhões, importante indicador da confiança no investimento na economia, somaram 12.122 unidades, informou a fonte, ante 11.673 no mesmo período do mês anterior. No acumulado do ano, os licenciamentos de caminhões somam 73.077 unidades, volume cerca de 4 por cento acima do total do primeiro semestre de 2012.

A associação de montadoras, Anfavea, divulga na próxima quinta-feira os dados consolidados de vendas, produção e exportação de veículos em junho. A entidade tem trabalhado com projeção de alta de até 4,5 por cento nos licenciamentos totais de veículos deste ano, para quase 4 milhões de unidades. (Por Alberto Alerigi Jr., edição de Aluísio Alves)

Acompanhe tudo sobre:AutoindústriaCarroseconomia-brasileiraIndústriaIndústrias em geralVeículos

Mais de Economia

Desemprego cai para 6,4% no 3º tri, menor taxa desde 2012, com queda em seis estados

Haddad: pacote de corte de gastos será divulgado após reunião de segunda com Lula

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos