Economia

Venda de veículos deve crescer menos no 2º semestre, diz Anfavea

A justificativa é o fato de o segundo semestre do ano passado ter mostrado resultados superiores aos do primeiro semestre do ano passado

Carros: previsão para o ano inteiro é de alta de 11,7% nas vendas de veículos, estimativa que está mantida pela Anfavea (Paulo Whitaker/Reuters)

Carros: previsão para o ano inteiro é de alta de 11,7% nas vendas de veículos, estimativa que está mantida pela Anfavea (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de abril de 2018 às 17h29.

São Paulo - O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, afirmou nesta segunda-feira, 23, que o mercado de veículos deve apresentar taxas menores de crescimento das vendas no segundo semestre, em comparação com as taxas que estão sendo registradas no primeiro semestre. A justificativa é o fato de o segundo semestre do ano passado ter mostrado resultados superiores aos do primeiro semestre do ano passado.

Os meses do ano já encerrados, que vão de janeiro a março, apresentaram expansão de 15,6% em relação a igual período do ano passado.

"São taxas que provavelmente não vão se repetir no segundo semestre", disse o executivo.

A previsão para o ano inteiro é de alta de 11,7%, estimativa que está mantida pela Anfavea, em razão da expectativa de taxas menores no restante do ano.

Megale participou de evento do setor em São Paulo, realizado pela editora AutoData.

Rota 2030

Segundo Megale, com o atraso na definição do Rota 2030, nova política do governo para a indústria automobilística, o setor começa a se desorganizar. "Quando a coisa não está alinhavada com o governo, começamos a ter iniciativas independentes", disse o executivo.

O Rota 2030 é um programa que vem sendo discutido desde o ano passado entre as empresas e o governo e tem o objetivo de definir regras para a cadeia automotiva por um período de 15 anos. Um dos pontos em discussão envolve incentivos fiscais para investimentos em pesquisa e desenvolvimento.

Previsto inicialmente para ser lançado no segundo semestre do ano passado, o programa demora para ser finalizado porque o Ministério da Fazenda resiste em oferecer reduções de tributos, em um momento em que o governo se esforça para equilibrar as contas públicas.

Em defesa do incentivo, Megale argumentou que as montadoras são multinacionais que vão decidir investir onde for mais barato. "E hoje nós temos um problema de custo", afirmou o presidente da Anfavea. Segundo ele, os investimentos que ocorrem hoje foram decisões tomadas lá atrás.

O presidente da Anfavea e os presidentes das montadoras associadas terão uma reunião na terça-feira, 24, com o presidente Michel Temer. A ideia é discutir o Rota 2030. No entanto, nada será assinado no encontro. Recentemente, Temer prometeu anunciar o programa em maio.

O secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Igor Calvet, garantiu nesta segunda-feira que as discussões em torno do Rota 2030 serão finalizadas e o programa será anunciado em breve. "O Rota 2030 vai sair. É um compromisso do governo com o País", disse Calvet, também durante evento do setor automotivo em São Paulo, realizado pela editora AutoData.

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