Henrique Meirelles: ministro não especificou qual mecanismo legal vai permitir a venda de terras para estrangeiros
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 10h41.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse à Globonews, em entrevista exibida na noite desta quarta-feira (15), que a venda de terras para estrangeiros será liberada "nos próximos 30 dias".
O objetivo da medida, segundo ele, é dar impulso ao agronegócio, "uma das áreas que está dando certo" no País.
O ministro, no entanto, não informou que tipo de mecanismo legal será utilizado para liberar o acesso de investidores de fora do Brasil ao mercado de propriedades rurais.
Ainda na entrevista à Globonews, Meirelles afirmou que o governo já decidiu elevar para R$ 1,5 milhão o limite de financiamento imobiliário via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) - atualmente, em São Paulo, o teto está em R$ 950 mil.
"A classe média vai ser extremamente beneficiada (pela medida)", disse. O ministro não informou quando o novo limite passará a valer.
Sobre a retomada da economia, Meirelles disse acreditar que a atividade vai chegar ao fim deste ano a um ritmo de crescimento de cerca de 2% ao ano.
"Vamos nos lembrar que saímos de uma recessão de -3%. Então (reverter o quadro) para 2 positivo é bastante", afirmou. Já a taxa de desemprego, na visão do ministro, vai começar a se recuperar no segundo semestre deste ano e chegar em 2018 a um patamar "cada vez menor".
A confiança na retomada, de acordo com o ministro, está baseada numa série de fatores: o controle dos gastos públicos com a PEC do Teto; as reformas da Previdência e trabalhista; a queda na taxa de juros; o recuo da inflação; a criação de um novo programa de regularização tributária; a nova fase do programa de repatriação de capitais, em discussão no Congresso; o apetite renovado dos investidores pelos leilões das áreas de petróleo, entre outros.
O governo também trabalha na mudança das regras de execução de garantias para empréstimos, o que Meirelles acredita que vai contribuir para tirar o Brasil da "terapia intensiva".