Economia

Venda de material de construção deve cair, diz Abramat

Vendas de materiais de construção devem reduzir o ritmo de queda no próximo ano e encerrar 2016 com recuo entre 4 e 5 por cento, segundo a Abramat


	Consumidor faz compras em loja de materiais de construção: "a gente vem vindo de dois anos muito ruins", diz a associação
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Consumidor faz compras em loja de materiais de construção: "a gente vem vindo de dois anos muito ruins", diz a associação (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2015 às 16h07.

Rio de Janeiro - As vendas de materiais de construção devem reduzir o ritmo de queda no próximo ano e encerrar 2016 com recuo entre 4 e 5 por cento após milhares de demissões e um tombo de dois dígitos previsto para este ano, estima o presidente da Abramat, associação que representa o setor, Walter Cover.

"A gente vem vindo de dois anos muito ruins... Estamos produzindo e vendendo nos níveis de 2007. A gente acha que por a base ser muito fraca em 2015, qualquer pequena modificação para melhor ajuda", disse o executivo à Reuters, acrescentando que os resultados de 2016 ainda serão ruins.

A perspectiva da Abramat é fechar 2015 em linha com o resultado do acumulado do ano até outubro, de queda de 11,1 por cento. O resultado é pior do que a previsão de outubro da Abramat, já revista mais de uma vez, de retração de 9 por cento no ano.

Cover espera que o primeiro semestre do próximo ano tenha resultados semelhantes a 2015. "Se a gente olhar todas as curvas, a confiança do consumidor, a gente está começando a atingir o fundo do poço... Vai ficar uns 5, 6 meses no fundo do poço, sem piorar ou melhorar. Lá para junho ou julho começa a melhorar um pouco", disse o presidente da Abramat.

"A expectativa é que a inflação no ano que vem seja menor que este ano. Você vai ter uma percepção que a renda não está caindo por causa dos aumentos salariais", disse Cover, mencionando suas expectativas de algum respiro nas reformas residenciais e também em lançamentos e na área de infraestrutura.

A perspectiva de uma taxa de desemprego mais estável e o lançamento da terceira fase do programa habitacional Minha Casa Minha Vida também podem colaborar para atenuar o resultado no próximo ano.

O mercado imobiliário sofre com estoques altos, restrição de crédito e queda da confiança do consumidor, o que tem afetado vendas e lançamentos das construtoras, além de postergação de reformas.

No setor de infraestrutura, muitas empreiteiras também são afetadas pelos desdobramentos dos escândalos de corrupção da operação Lava Jato.

Historicamente, o setor imobiliário responde por 32 por cento das vendas de materiais de construção no país, enquanto o de infraestrutura chega a 18 por cento. As reformas residenciais correspondem a 50 por cento do total.

"Estou esperando para ver se melhora esta situação político-econômica. Está na hora de terminar estes ajustes e começar a falar em crescimento", Cover.

A expectativa é que o setor de construção civil feche 500 mil postos de trabalho este ano, enquanto o de setor de materiais de construção deve dispensar cerca de 5 por cento de sua força de trabalho, ou cerca de 50 mil trabalhadores, disse Cover.

"Muitas empresas demitiram 10 por cento (dos funcionários), mas na média, principalmente em indústrias familiares, elas seguram um pouco mais a mão-de-obra", disse o executivo.

O nível de emprego na indústria de materiais teve queda de 7,5 por cento em outubro na comparação com igual mês do ano passado. Na comparação com setembro, houve queda de 0,7 por cento.

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