Economia

Venda de manufaturados compensa commodities, diz secretário

Segundo Daniel Godinho, a desvalorização cambial está aumentando a competitividade de alguns setores da indústria


	Câmbio: “A alta do dólar apoia o movimento exportador, mas esse processo ocorre de forma diferente para cada grupo de produto"
 (Ricardo Moraes/Reuters)

Câmbio: “A alta do dólar apoia o movimento exportador, mas esse processo ocorre de forma diferente para cada grupo de produto" (Ricardo Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2016 às 17h50.

O crescimento das exportações de produtos manufaturados está compensando a queda no preço das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação internacional), disse hoje (1º) o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Daniel Godinho.

Segundo ele, a desvalorização cambial está aumentando a competitividade de alguns setores da indústria.

De janeiro a maio, as exportações de manufaturados somaram US$ 28,118 bilhões, alta de 0,6% pela média diária em relação ao mesmo período do ano passado.

A categoria foi a única a ficar estável. Por causa da queda dos preços internacionais, as exportações de produtos básicos acumulam queda de 4,1%, e as de semimanufaturados, de 2,6%.

Entre os segmentos da indústria que puxaram o crescimento nas exportações de manufaturados em 2016 estão automóveis de passageiros, com alta de 54,8%, aviões (27,3%) e polímeros plásticos (25,1%).

Segundo Godinho, México e Argentina são os principais responsáveis pelo aumento na venda de veículos. Os Estados Unidos impulsionaram o crescimento da venda de aviões.

Para o secretário de Comércio Exterior, a indústria começa a se aproveitar da desvalorização cambial para vender ao exterior.

“A alta do dólar apoia o movimento exportador, mas esse processo ocorre de forma diferente para cada grupo de produto. Também existe uma defasagem temporal. A desvalorização é relativamente recente e demora a gerar efeitos sobre total das exportações brasileiras, mas isso está começando a acontecer”, declarou.

Segundo Godinho, setores da indústria que sofreram com a concorrência externa nos últimos anos já estão exportando mais por causa da desvalorização cambial e da abertura de novos mercados.

O secretário citou os segmentos de máquinas e equipamentos, têxteis e calçados como exemplo. “Os produtos manufaturados mostram resposta ao movimento cambial e começam a impulsionar as exportações”, disse.

A pequena alta no valor exportado de produtos manufaturados foi insuficiente para reverter a queda das exportações.

Nos cinco primeiros meses do ano, o país exportou US$ 73,513 bilhões, queda de 2,6% em relação ao mesmo período de 2015 pela média diária. Apesar de a quantidade total exportada ter crescido 15,8% em 2016, os preços médios caíram 16%.

Em relação a maio do ano passado, a soja em grão estava 6,1% mais barata, o preço do farelo de soja teve redução de 13,8%, e o café em grão caiu 12,1%.

No entanto, commodities que impactaram a balança comercial em 2015 começaram a se recuperar. O preço do minério de ferro estava 17,4% mais alto no mês passado em relação a maio de 2015.

Godinho manteve a expectativa do governo de que o país encerre o ano com superávit comercial entre US$ 45 bilhões e US$ 50 bilhões. Caso o saldo positivo supere os US$ 46 bilhões registrados em 2006, o superávit será o maior da história.

O secretário, no entanto, não fez projeções para as exportações. Apenas disse que o governo continua trabalhando com meta de crescimento no valor exportado até o fim do ano.

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