Economia

Venda de carteira de crédito da Caixa sobe pelo 2º trimestre

O banco público vendeu R$ 2,679 bilhões de janeiro a março de 2016, montante 5,1% superior aos R$ 2,549 bilhões cedidos no quarto trimestre de 2015


	Caixa: do total de créditos cedidos no primeiro trimestre, R$ 1,4 bilhão foram adquiridos pela Omni Financeira
 (Arquivo/Agência Brasil)

Caixa: do total de créditos cedidos no primeiro trimestre, R$ 1,4 bilhão foram adquiridos pela Omni Financeira (Arquivo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2016 às 17h26.

São Paulo - A Caixa Econômica Federal seguiu elevando o montante de créditos cedidos pelo segundo trimestre consecutivo.

O banco público vendeu R$ 2,679 bilhões de janeiro a março de 2016, montante 5,1% superior aos R$ 2,549 bilhões cedidos no quarto trimestre de 2015. Em relação ao volume de carteira vendida um ano antes, de R$ 1,346 bilhão, a cifra foi 99% maior.

Do total de créditos cedidos no primeiro trimestre, R$ 1,4 bilhão foram adquiridos pela Omni Financeira. Os R$ 1,272 bilhão restantes passaram para as mãos da RCB Planejamento Financeiro que no ano passado, diferente da Omni, não havia participado de aquisições de carteiras da instituição.

Em troca, a Caixa recebeu, conforme destaca nas notas explicativas de suas demonstrações financeiras, R$ 138,487 milhões pela venda total desses empréstimos.

Por mais um trimestre, o volume de crédito cedido pelo banco público foi, principalmente, empréstimos ativos, ou seja, que influenciam no índice de inadimplência da Caixa.

Tais créditos somaram mais de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre enquanto que os já baixados a prejuízo, também chamados no mercado de "podres", totalizaram R$ 664,338 milhões.

Nos três meses anteriores, a proporção ficou R$ 2,251 bilhões em ativos e R$ 298,303 milhões de empréstimos já vencidos.

Apesar disso, Marcio Percival, vice-presidente de Finanças da Caixa, afirmou que a influência da cessão desses empréstimos na inadimplência da instituição é limitada e que, diferente da avaliação de analistas, não mascara o indicador.

Ao final de março, o índice de calotes da Caixa, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou em 3,51% ante 3,55% em dezembro. Não fosse a venda de carteiras, contudo, o indicador teria ficado em 3,54%.

Em recente relatório ao mercado, analistas do JPMorgan alertaram para o fato de a venda de carteiras por parte da Caixa distorcer o índice de inadimplência do banco.

Destacaram ainda que a tendência para a qualidade de seus ativos, ainda que esteja cedendo empréstimos, é "negativa".

"Nenhum número da contabilidade está mascarado ou escondido. A maior parte das carteiras que vendemos nos últimos anos, entre 70% e 75%, já estava em prejuízo e pequena parte estava dentro de crédito recuperável. Tem impacto na inadimplência, mas é muito pequeno", destacou Percival, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

No ano passado, a Caixa cedeu R$ 13,126 bilhões em créditos. Do total, R$ 9,411 bilhões corresponderam a empréstimos podres e R$ 3,714 bilhões foram equivalentes a carteiras ativas, ou seja, passíveis de recuperação. Recebeu em contrapartida R$ 439,321 milhões.

Acompanhe tudo sobre:BancosCaixaCréditoEmpresasFinanças

Mais de Economia

Pacheco afirma que corte de gastos será discutido logo após Reforma Tributária

Haddad: reação do governo aos comentários do CEO global do Carrefour é “justificada”

Contas externas têm saldo negativo de US$ 5,88 bilhões em outubro

Mais energia nuclear para garantir a transição energética