Economia

Venda de adubo deve ter recorde no país, diz FCStone

Consumo de fertilizantes deverá superar 32 milhões de toneladas, mesmo diante de um cenário de baixa nos preços de grãos


	Fazendeiros colhem milho em Xanxerê, no estado de Santa Catarina
 (Reuters)

Fazendeiros colhem milho em Xanxerê, no estado de Santa Catarina (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2014 às 17h39.

São Paulo - O consumo de fertilizantes deve atingir recorde neste ano no Brasil, superando 32 milhões de toneladas, mesmo diante de um cenário de baixa nos preços internacionais de grãos, que poderia limitar a demanda pelo insumo da produção agrícola, avaliou a consultoria INTL FCStone.

Isso, em parte, porque muitos agentes do setor anteciparam compras de fertilizantes num momento em que a relação entre os preços do insumo com os produtos agrícolas estava mais favorável aos agricultores, disse nesta segunda-feira o analista da INTL FCStone, João Santucci.

"O investimento (em fertilizantes) deverá ser maior do que no ano passado... Pode até ter uma cautela, mas o que se nota é que já existe uma grande quantidade (de fertilizantes) que foi adquirida antecipadamente e deve ser entregue ao longo do ano", disse o analista à Reuters durante evento da consultoria.

No ano passado, as vendas de fertilizantes foram recordes em 31,08 milhões de toneladas, segundo acompanhamento da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda).

O mercado de grãos, sobretudo milho e soja, vive atualmente uma forte pressão de baixa, com preços internacionais de referência em queda diante das projeções de grandes safras nos Estados Unidos.

Segundo Santucci, o Paraná (segundo maior produtor de grãos do país), por exemplo, já havia comprado em abril cerca de 40 por cento de sua demanda para o ano de 2014, "um volume muito acima da média para esta época do ano no Estado".

As antecipações de compra, acrescentou, foram iniciadas a partir de final de novembro, quando os preços estavam "espetaculares do ponto de vista do produtor", fazendo com que as tradings adquirissem volumes importantes já para o ano de 2014.

Mas o analista ponderou que os preços dos ingredientes -- nitrogênio, potássio e fósforo (NPK, na sigla em inglês) --, usados na formulação dos fertilizantes, também estão em baixa.

O cloreto de potássio, por exemplo, estava no final de junho cerca de 100 dólares mais baixo do que no mesmo mês do ano passado, considerando o valor para entrega no porto de Paranaguá (PR).

O Brasil importou cerca de 70 por cento de sua demanda por fertilizantes em 2013. E, no caso do potássio, as importações correspondem a mais de 90 por cento do volume total consumido em uma safra.

Acompanhe tudo sobre:AgriculturaAgronegócioFertilizantesGrãosTrigo

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE