Poupando água (Uriel Sinai/ Getty Images)
João Pedro Caleiro
Publicado em 28 de março de 2016 às 13h36.
São Paulo - "Conectividade, e não soberania, se tornou o princípio organizador da espécie humana", disse o indiano Parag Khanna em sua TED Talk de 2009 (veja com legenda em português).
Khanna é analista de relações internacionais e vai lançar em abril o livro "Connectography: Mapping the Future of Global Civilization", a terceira parte de uma trilogia sobre a nova ordem mundial.
Os dois primeiros - "O Segundo Mundo: Como as Potências Emergentes Estão a Redefinir a Concorrência Global no Século XXI" e Como Governar o Mundo - O Caminho para o Novo Renascimento" - foram publicados por aqui pela Intrínseca.
No Twitter, Khanna vem postando alguns mapas que mostram como os fluxos de comércio e as cadeias de valor estão estruturadas em escala global.
Em um deles, os exemplos usados são iPhones da Apple, jeans da Levi's, carros da Toyota, computadores e farmacêuticos. Veja na figura:
Even "simple" things like your jeans have to be sourced from across the globe. pic.twitter.com/dluswasrny
— Parag Khanna (@paragkhanna) 23 de março de 2016
Há concentração em alguns pólos: China e sudeste asiático aparecem de forma proeminente como focos de manufatura enquanto Europa e Estados Unidos se destacam como centros de consumo final.
Mas a história não é tão simples. Há carros da Toyota cuja rede não sai do continente americano, por exemplo, além de redistribuição global de produtos finais através de eixos Sul-Sul ou Norte-Norte.
Muito depende do tipo de produto. Um simples pote de Nutella, por exemplo, envolve quase 20 países entre fornecedores, fábricas e escritórios de venda (veja no infográfico).
Neste processo, pouco dinheiro fica com o trabalhador inicial e a maior parte do valor é criado na ponta, como mostra um estudo recente da Accenture que acompanhou uma camiseta de Bangladesh a Berlim.