Economia

Veja em um diagrama como 37 bancos se tornaram 4 em 20 anos

Imagem mostra como busca de escala e eficiência aceleraram a concentração bancária nos Estados Unidos; crise financeira e regulação também ajudaram

Concentração no setor bancário americano: 37 bancos viraram 4 em apenas duas décadas (ValueWalk)

Concentração no setor bancário americano: 37 bancos viraram 4 em apenas duas décadas (ValueWalk)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 12h09.

São Paulo - A concentração no setor bancário americano chegou a níveis extremos.

Há hoje 33% mais grandes bancos do que em 2000. De acordo com a Federal Deposit Insurance Corporation, foram 182 fusões e 107 consolidações por ano de 2001 a 2011.

O resultado é que os cerca de 37 bancos importantes que existiam em 1990 hoje se resumem a quatro grandes: Citigroup, JP Morgan Chase, Bank of America Merrill Lynch e Wells Fargo.

Veja no diagrama divulgado pelo site Value Walk (aqui em versão maior):

Concentração no setor bancário americano: 37 bancos viraram 4 em apenas duas décadas (ValueWalk)

Um dos fatores recentes que aceleraram este processo foi a crise financeira de 2008, que matou 5% dos pequenos bancos, segundo um estudo publicado pela Conference of State Bank Supervisors (CSBS).

E depois da crise veio a resposta do governo americano na forma de uma regulação mais rígida, especialmente com a aprovação da Lei Dodd-Frank em 2010, feita para garantir mais estabilidade ao setor e evitar a necessidade de resgates pelo governo.

Do lado da esquerda, há pedidos para "desmantelar os grandes bancos" considerados como de risco sistêmico pela lei. É o que quer Bernie Sanders,  pré-candidato em ascensão para a indicação do Partido Democrata à presidência dos EUA.

Do lado da direita, há críticas de que as centenas de páginas de novas regulações na verdade colocam um peso extra sobre os bancos pequenos e assim favorecem os grandes, que tem mais recursos para se adaptarem.

"Apesar da concentração bancária em si não ser ruim, fardos regulatórios crescentes não deveriam ser o fator para consolidação regulatória. A Dodd-Frank é custosa para os grandes bancos também, mas bancar o cumprimento das normas pode ser particularmente um desafio para pequenos bancos com acesso limitado a essa expertise", diz um estudo do centro Mercatus da George Mason University.

No Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) analisa atualmente a compra do HSBC pelo Bradesco, anunciada em agosto do ano passado por US$ 5,2 bilhões e já aprovada pelo Banco Central.

Com o negócio aprovado, a previsão é que 5 instituições deterão 69% dos ativos totais do sistema nacional ou R$ 5,2 trilhões, conforme dados do Banco Central.

"A indústria bancária é concentrada em todo o mundo, porque tem economias de escala importantes. No Brasil, a concentração bancária não é muito diferente de outros mercados emergentes, embora seja maior que em países avançados", afirmou em junho o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal.

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoCadeCitigroupCrises em empresasEmpresasEmpresas americanasEstados Unidos (EUA)FinançasJPMorganMercado financeiroPaíses ricosWells Fargo

Mais de Economia

Lula se reúne hoje com Haddad para receber redação final do pacote de corte de gastos

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?