Vale-refeição: valor ideal do benefício em algumas regiões passa de R$ 1.000 (Zorica Nastasic/Getty Images)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 25 de outubro de 2023 às 11h01.
Última atualização em 25 de outubro de 2023 às 11h36.
O saldo do vale-refeição do trabalhador dura, em média, 12 dos 22 dias úteis no mês, segundo levantamento da Ticket, empresa de vale-refeição e vale-alimentação, com base no saldo médio de seus clientes na relação com o preço das refeições. A pesquisa +Valor aponta que o preço médio da refeição completa (prato principal, sobremesa, bebida e café) vendida nos restaurantes brasileiros é de R$ 46,60. Assim, o valor ideal do benefício para durar todo o mês seria de R$ 1.025,20. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda média mensal dos brasileiros é de R$ 2.921. Com isso, fazer uma refeição completa diariamente representaria 35% da renda.
O levantamento mostra ainda que o valor gasto pelo brasileiro em refeições aumentou 70% nos últimos dez anos, acompanhando a inflação do período. Em 2014, o preço médio do almoço completo era de aproximadamente R$ 27,36. A alta no valor foi puxada pelo Sudeste, enquanto Sul, Nordeste, Norte e Centro-Oeste apresentaram altas mais discretas. De acordo com dados do IBGE, a série histórica do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre 2014 e 2023 apresenta um acumulado de 68,2%. Se o preço médio fosse corrigido de acordo com a inflação, o prato completo custaria R$ 46,19.
“Se o trabalhador não receber benefício, considerando que gastaria em média R$ 1.025,20 para se alimentar nos 22 dias úteis do mês, comprometeria até 35% do seu salário apenas com alimentação no horário do trabalho. Considerando o preço médio da refeição revelado pelo estudo neste ano, o valor ideal para que o benefício dure o mês todo seria algo em torno de R$ 1.000”, afirma Natália Ghiotto, diretora de produtos da Ticket, em nota.
A pesquisa fez dois cenários para apontar qual seria o valor ideal de vale-refeição em cada região do país.
No primeiro, a pesquisa considera uma refeição completa, que inclui prato principal, sobremesa, bebida e café, que tem o valor médio R$ 46,60. A Região Sudeste tem o maior benefício ideal, no valor de R$ 1.085,26, seguida por Nordeste (R$ 958,10) e Sul (R$ 941,82). A Região Centro-Oeste tem o menor valor ideal, apenas R$ 918,50.
No segundo cenário, considerando uma refeição mínima, que inclui prato comercial + bebida, o valor médio é de R$ 29,40.
Essa refeição mínima requer um desembolso um pouco maior nas regiões Nordeste, entre R$ 30,23 a R$ 34,06, Sudeste, com opções de R$ 30,14 a R$ 33,21, e Sul, R$ 28,91 a R$ 32,59. Nessa lógica, o valor ideal para o benefício seria menor na Região Centro-Oeste, de R$ 559,46. Nordeste e o Sudeste são as regiões com valor de benefício sugerido mais alto, de R$ 665,06 e R$ 663,08 para o cenário de uma refeição mínima.