Economia

Vale investe na Ásia apesar de desaceleração chinesa

“É provável que o crescimento econômico da China desacelere. Mas seu impacto será ainda importante”, disse o presidente da companhia Murilo Ferreira

Com um total de 132 mil empregados em todo o mundo, a Vale está presente em 38 países (Divulgação/Vale)

Com um total de 132 mil empregados em todo o mundo, a Vale está presente em 38 países (Divulgação/Vale)

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Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2012 às 19h00.

Rio de Janeiro - Nem a possibilidade de redução da atividade econômica este ano é capaz de frear o interesse da mineradora Vale em continuar investindo na China. Foi o que disse o presidente da companhia, Murilo Ferreira, baseado em uma estatística oficial, divulgada hoje (10), segundo a qual a demanda chinesa por minério de ferro, principal produto exportado pela Vale, cresceu 6% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com os primeiros três meses de 2011.

“É provável que o crescimento econômico da China desacelere. Mas seu impacto será ainda importante”, disse Ferreira, ressalvando que “há um exagero muito grande quando se trata de prever um processo de diminuição do ritmo chinês”. Ele lembrou que, desde 1998, a economia da China cresce mais do que a previsão oficial, contrariando o que chamou de uma “torcida organizada” contra o crescimento dos países asiáticos. “Nós confiamos na China. Nós não estamos preocupados com o que acontecerá neste semestre, no semestre seguinte, nem no ano seguinte”.

Ferreira participou de um evento na na Associação Comercial do Rio de Janeiro. Ele explicou que os projetos da Vale são de longo prazo e que o Brasil tem que estar preparado para oferecer os produtos que a China, o Japão e a Coreia, por exemplo, querem consumir.

Da receita da Vale, 53% são provenientes da Ásia, sendo 32% da China. Em contrapartida, a Europa, que era o principal mercado da mineradora brasileira, contribui atualmente com menos de 19% da receita líquida da companhia que, no ano passado, somou US$ 60,3 bilhões, expansão de 29,9%.

“Nós temos que continuar investindo muito na Ásia, em especial na China, porque os desafios estão apenas começando (naquele país)”, disse Ferreira. Ao mesmo tempo que a China está exportando cada vez mais produtos de maior valor agregado, ele lembra que as importações se mantêm dependentes das matérias-primas de outros países. Em consequência da industrialização crescente, da urbanização e dos gastos em infraestrutura, a China tornou-se, por exemplo, o maior consumidor mundial de metais. “A China é cada vez mais dependente de minérios do Brasil e da Austrália”.

Para se fortalecer no mercado chinês, a Vale montou uma rede de distribuição de minério de ferro voltada ao apoio dos embarques para a Ásia. Isso inclui uma frota de 35 navios de 400 mil toneladas cada um, centros de distribuição no Oriente Médio e no Sudeste da Ásia e estações de transferência de carga nas Filipinas.

Com um total de 132 mil empregados em todo o mundo, a Vale está presente em 38 países. O orçamento da companhia para investimento em 2012 alcança US$ 21,4 bilhões. Os 20 maiores projetos da Vale em construção envolvem investimentos de US$ 48,5 bilhões nos próximos quatro anos, dos quais foram executados US$ 13,2 bilhões até o fim de 2011.

Murilo Ferreira pretende levar ao Conselho de Administração da Vale, ainda neste semestre, o projeto de Serra Azul, em Carajás, no Pará, considerado o maior da indústria global de minério de ferro. O projeto tem orçamento de US$ 19,5 bilhões e deverá entrar em funcionamento em 2016, com produção anual estimada de 90 milhões de toneladas do minério.

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