Economia

Vagas no comércio e na construção civil equilibram o mercado

No primeiro mês do ano, foram suprimidos 68 mil postos de trabalho sobre o mês anterior, mas no total de desempregados houve um acréscimo menor, de 37 mil


	Construção: o setor de construção gerou 19 mil e o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas aumentou o número de vagas em 9 mil  (Ueslei Marcelino/Reuters)

Construção: o setor de construção gerou 19 mil e o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas aumentou o número de vagas em 9 mil  (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 17h14.

São Paulo - Embora tenha apresentado ligeira queda de 0,4% sobre dezembro último, o número de ocupados no mercado de trabalho, em janeiro, foi 0,5% superior a igual mês do ano passado, somando 18,838 milhões de pessoas no conjunto das seis regiões metropolitanas onde é feita a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No primeiro mês do ano, foram suprimidos 68 mil postos de trabalho sobre o mês anterior, mas no total de desempregados houve um acréscimo menor, de 37 mil, porque nesse mesmo período um total de 31 mil pessoas desistiram de continuar a concorrer a uma vaga.

O levantamento - feito nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador, São Paulo e do Recife - mostra que esse resultado foi influenciado por um comportamento mais concentrado na indústria, onde houve corte de 88 mil vagas, representando um recuo de 3% sobre dezembro.

Já no setor de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas ocorreu a criação de 17 mil oportunidades de trabalho, com alta de 0,5%, enquanto na construção surgiram 39 mil postos, ou 2,6% sobre dezembro. Esse saldo positivo equilibrou o mercado de trabalho.

Nos últimos 12 meses, até janeiro deste ano, foram criadas 96 mil ocupações.

Só o setor de serviços ampliou as ofertas em 176 mil, a construção gerou 19 mil e o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas aumentou o número de vagas em 9 mil .

Mas a indústria de transformação andou na contramão, fechando 119 mil postos, um recuo de 4%.

No período acumulado de janeiro a janeiro, o nível de ocupação cresceu no Recife (2%); em Belo Horizonte (1,4%), Fortaleza (0,9%) e Salvador (0,6%). Houve queda em Porto Alegre (-0,5%) e ficou estável em São Paulo (0,1%).

Segundo o coordenador da pesquisa pela Fundação Seade, Alexandre Loloian, apesar de a região metropolitana de São Paulo ter tido ligeiro acréscimo na taxa de desemprego comparado a dezembro último, passando de 9,3% para 9,6%, esse foi o menor nível para um mês de janeiro desde 1991, quando havia atingido 9,9%.

A menor da série histórica foi registrada em janeiro de 1990 (6,9%).

“É absolutamente normal ocorrer redução do emprego em janeiro [sobre dezembro] e a decisão das empresas em contratar pessoal sempre é mais fraca no primeiro quadrimestre”, observou Loloian.

No caso do desempenho da indústria, ele avalia que a surpresa foi a magnitude dos cortes. As ofertas de emprego no setor caíram em torno de 5%, na comparação com a média de 2011.

Conforme acentuou o economista, o setor já vem há algum tempo se ressentindo da concorrência com a indústria estrangeira, já que o câmbio vinha favorecendo a entrada de artigos importados no país. Além disso, sofre o assombro do impacto vindo da atividade econômica em baixa na Argentina e na Venezuela.

Para a economista Ana Maria Belavenuto, do Dieese, o movimento de negócios associados às eleições e à Copa do Mundo devem ajudar a manter saudável o quadro de emprego e renda.

“Estou apostando que não vai piorar”.

O rendimento médio dos ocupados em dezembro sobre novembro, conforme último resultado disponível, ficou estável em R$ 1.661,00, e também não houve alteração no caso dos assalariados, com ganhos na média em R$ 1.664,00.

Houve alta de 1%, em Belo Horizonte (1.832,00); em Salvador com 2,2% (R$ 1.208,00) e no Recife 0,7% (R$ 1.191,00). Em sentido oposto, caiu a renda média mensal em Fortaleza (-0,7%, para R$ 1.135,00); em São Paulo (-0,5%, para R$ 1.840,00 e Porto Alegre (-0,3%, R$ 1.779,00).

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