Economia

“Vacina é a melhor política fiscal e de saúde pública”, diz Paulo Guedes 

O ministro da Economia participou, nesta terça-feira, 25, do evento CEO Conference Brasil 2021, organizado pelo banco BTG Pactual

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Andressa Anholete/Bloomberg)

Ministro da Economia, Paulo Guedes (Andressa Anholete/Bloomberg)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 25 de maio de 2021 às 18h36.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às 09h09.

Na opinião do ministro da Economia, Paulo Guedes, a vacinação em massa contra a covid-19 é a melhor política de equilíbrio fiscal. Até esta terça-feira, 25, pouco mais de 42 milhões de pessoas já receberam pelo menos a primeira dose do imunizante, segundo dados do governo federal, o que corresponde a 20% da população.

“A vacina é a melhor política fiscal e de saúde pública”, disse ele em participação no evento CEO Conference Brasil 2021, organizado pelo banco BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME). Guedes ainda complementou que a pandemia desacelerou o crescimento esperado pelo Ministério da Economia.

“Para a covid-19 eu uso a imagem de que a gente estava no trilho das reformas só que o trilho pegou fogo. A gente foi combater o fogo para retomar as reformas. A gente não conhecia nada da doença, não tinha perspectiva de vacina, não sabíamos quanto íamos gastar”, afirmou.

Guedes ainda pontuou que houve um consenso entre o Executivo e o Legislativo para liberar recursos do auxílio emergencial e para a compra de vacinas, mas com responsabilidade fiscal, sua principal premissa. Somente em 2020 o Ministério da Saúde repassou aos estados um total de 115 bilhões de reais para o enfrentamento da pandemia.

“Nós não vamos jogar essa dívida para 100% do PIB [Produto Interno Bruto]. Os gastos precisam ser não recorrentes e buscamos apoio do Congresso para não furar o teto de gastos”, disse.

Privatizações e reformas

Dentro da agenda de aquecer a economia e sair da crise causada pela covid-19, Guedes disse que as reformas, administrativa e tributária, são fundamentais, além das privatizações. De acordo com Guedes, nos dois primeiros anos de gestão foram arrecadados 200 bilhões de reais em venda de ativos do governo.

“Estamos em uma democracia, e o presidente representa uma união de liberais e conservadores. O Congresso está girando dentro deste acordo de centro-direita. Tem ministro que tenta furar um teto, é normal, mas quando acontece isso o ministro da Economia precisa alertar e fazer o acordo, sem furar teto. Agora vamos para a reforma administrativa”, disse.

Nesta terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou a admissibilidade da reforma administrativa. O texto ainda precisa passar pelo plenário.

Também está em tramitação no Congresso três propostas de reforma tributária. Há um ano, o ministro da Economia enviou um texto que se somou a outros dois Projetos de Emenda Constitucional do mesmo tema e que tramitam na Câmara dos Deputados (PEC 45) e no Senado Federal (PEC 110).

Em comum, os três textos propõem mudanças de toda a base tributária de consumo no país, que corresponde à maior parte da arrecadação do governo. A proposta do Executivo mexe apenas em tributos federais, já a do Congresso Nacional une impostos federais, estaduais e municipais.

Guedes disse que uma das ideias da proposta do governo é diminuir a tributação de empresas que investem em ampliar seus negócios, e aumentar para aquelas companhias que ampliam os dividendos, como for de equilíbrio e incentivo. "Vai ser simples de entender, e difícil de ser contra", afirmou.

Auxílio emergencial

A segunda rodada do auxílio emergencial começou a ser paga em abril e termina no mês julho. Segundo Paulo Guedes, o governo está pensando em uma maneira de reformar o programa Bolsa Família e atender as famílias mais carentes. A pesquisa EXAME/IDEIA do começo de abril revelou que 71% dos beneficiários do auxílio emergencial usaram o dinheiro para comprar comida.

O CEO Conferente Brasil 2021 começou nesta terça-feira, 25, e continua na quarta-feira. Os painéis incluem discussões com alguns dos maiores nomes do país e do mundo em áreas como economia, mercado e setor financeiro, tecnologia, saúde, agronegócio e carreira.

O evento organizado anualmente pelo banco de investimentos, desta vez em formato virtual em razão das medidas de distanciamento por causa da pandemia do coronavírus, tem como um dos objetivos justamente promover as escolhas certas por parte da sociedade e de seus líderes.

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