Márcio Zimmermann: "o impacto não deve ser (significativo nas tarifas)" (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de julho de 2014 às 16h50.
Rio de Janeiro - A devolução de cerca de 5 mil megawatts (MW) médios de concessões que vencem em 2015 e que não foram renovados deve gerar uma economia anual nos custos globais da energia de cerca de 6 bilhões de reais, disse nesta sexta-feira o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann.
O governo federal tem dito que a devolução dessas concessões e a consequente redução do preço de sua energia vai ajudar a compensar o impacto do repasse às tarifas dos empréstimos contraídos este ano pelas distribuidoras de eletricidade.
Esse repasse começará a ser feito a partir do ano que vem.
"Como eu tenho o vencimento das concessões no ano que vem de quase 5 mil MWs médios, isso já provoca um fator de 6 bilhões. O impacto não deve ser (significativo nas tarifas)", disse o secretário.
"Se hoje essa energia é vendida por 180 a 200 reais e ela vai ficar por 30 reais, você vê o efeito", disse ele a jornalistas em evento do Cepel, Centro de Pesquisas em Energia Elétrica, da Eletrobras.
Segundo ele, os sucessivos atrasos na liquidação das operações de compra de energia por distribuidores no mercado de curto prazo não colocam em risco o caixa do setor.
A liquidação de julho, referente a maio, de cerca de 1,3 bilhão de reais, foi adiada anteriormente para o dia 31 deste mês. Fontes da Reuters disseram nessa quinta-feira que é praticamente certo um novo adiamento para o início de agosto, a fim de se ganhar tempo para concluir a negociação com os bancos para um novo empréstimo de 6,5 bilhões de reais ao setor.
Com os 11,2 bilhões de reais já emprestados pelos bancos em abril, o financiamento total para as distribuidoras pode atingir quase 18 bilhões de reais e tem como objetivo cobrir as despesas adicionais das distribuidoras com a compra de energia mais cara, principalmente de térmicas.
Essa energia tem sido demanda com mais intensidade por conta da escassez de chuvas no país e baixa no nível das represas de hidrelétricas.
Em abril, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) assinou um empréstimo de 11,2 bilhões de reais junto a um grupo de 10 bancos para repassar o dinheiro às distribuidoras, mas esses recursos se esgotaram em junho.
"Tenho certeza que não há esse estresse e as medidas estão sendo feitas para neutralizar esse descompasso entre o econômico e o financeiro das distribuidoras", disse Zimmermann.