Cemig: das quatro usinas com contrato vencido, três já estão na lista de leilões do PPI (Divulgação/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 11h13.
Motivo de pressões políticas da bancada mineira, a usina hidrelétrica de Jaguara, administrada pela Cemig, deverá ser incluída hoje no programa de concessões do governo. Segundo o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, ela constará da pauta da reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que se reúne para definir uma nova leva de empreendimentos para oferecer à iniciativa privada. Entre eles estará também a privatização da Eletrobrás.
Das quatro usinas da Cemig com contrato vencido, três já estão na lista de leilões do PPI. Faltava Jaguara, cujo destino ainda está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF), com boas perspectivas de vitória do governo federal.
Também na pauta de hoje do PPI está a nova leva de aeroportos para concessão. Ministério dos Transportes e área econômica travam uma queda de braço em torno da inclusão do aeroporto de Congonhas no programa. Essa é a opção que mais favorece a geração de caixa, com estimados R$ 6 bilhões de outorga. A pasta dos Transportes é contra a concessão de Congonhas porque essa opção enfraqueceria demais a Infraero. Aparentemente, a posição majoritária no governo é pela venda da Infraero. No entanto, diante do impasse, a decisão final será tomada hoje.
A Infraero está hoje sob a área de influência do PR. Pessoas próximas ao ministro dos Transportes, Maurício Quintella, dizem que o partido, de fato, pressiona para que os cargos na estatal sejam mantidos. Porém, afirmam que não é isso que pauta a posição do ministério nesse caso. A pasta quer conceder aeroportos em blocos formados por terminais rentáveis e outros deficitários, de forma a reduzir os prejuízos da estatal.
Leilão
No caso da Cemig, parlamentares da bancada mineira tentam uma forma de evitar que as quatro hidrelétricas saiam das mão da empresa. Segundo o deputado Fabio Ramalho (PMDB-MG), o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, estudar usar a BNDESPar, empresa de participações societárias do banco, para resolver o impasse em relação ao leilão das usinas.
A possibilidade foi discutida em reunião ontem no Rio, disse o deputado. A ideia seria a BNDESPar fazer uma parceria societária com a Cemig, para que a estatal mineira pudesse comprar as usinas, avaliadas em R$ 11 bilhões. "A Cemig é um símbolo para os mineiros, assim como o Banrisul é para os gaúchos. Nenhum deputado mineiro sai na rua em Minas Gerais se a gente não salvar a Cemig", disse.